Organismo católico promove conferência nacional sobre a temática dos salários justos
Lisboa, 19 jan 2023 (Ecclesia) – O presidente da Comissão Nacional Justiça e Paz (CNJP) considera uma “situação injusta” a existência de “muitos trabalhadores” pobres e que “o salário médio esteja muito próximo do salário mínimo”, no país.
“Verifica-se em Portugal a existência de muitos trabalhadores que são pobres e o trabalho não os livra da pobreza e é uma percentagem significativa”, disse à Agência ECCLESIA Pedro Vaz Patto.
O responsável falava a respeito da conferência anual da Comissão Nacional Justiça e Paz (CNJP), marcada para este sábado, na qual empresários e trabalhadores vão dialogar no Centro Cultural Franciscano, em Lisboa, sobre a temática dos salários justos como instrumento para superar a pobreza.
“Esta é uma situação que consideramos injusta e que deverá ser superada”, acrescentou o responsável, em entrevista emitida hoje no Programa ECCLESIA, na RTP2.
As entidades organizadoras partilham dos princípios da Doutrina Social da Igreja (DSI) que “não são conceitos vazios e vagos”.
A “justa remuneração” é “uma forma de realização da pessoa” no espaço laboral, afirmou o responsável da CNJP.
O organismo católico “não quer deixar os princípios da DSI na estratosfera”, mas que sejam “concretizados”.
Para Pedro Vaz Patto, o salário justo é aquele “que assegura condições de vida dignas para o trabalhador”, mas também “tem em conta a situação da empresa” e da “solidez” destas.
“São da maior relevância os princípios da DSI que devem inspirar a temática do salário justo como forma de superar a pobreza”, prosseguiu.
O presidente da CNJP entende que a criação e manutenção de postos de trabalho é uma forma de concretizar “a função social da propriedade privada e o destino universal dos bens”.
“No combate à pobreza, é fundamental a criação de empregos justamente remunerados, mais do que a atribuição de subsídios estatais”, conclui.
A conferência anual, que se realiza em parceria com a Cáritas Portuguesa, LOC-MTC, JOC, ACEGE, ACR e o Metanoia, vai apresentar no final dos trabalhos um manifesto sobre ‘Salários justos contra a pobreza’.
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