Igreja/Sociedade: «O nosso papel é ser porta-voz destas crianças, crianças sem voz» – Goreti Real

Coordenadora nacional do MAAC destaca preocupações com a crise e as consequências da guerra

Foto: Beatriz Pereira/RR

Lisboa, 12 nov 2023 (Ecclesia) – A nova coordenadora do Movimento de Apostolado de Adolescentes e Crianças (MAAC) afirmou que este organismo da Igreja Católica quer estar junto dos menores “sem voz”, com atenção à crise e às consequências da guerra.

“O nosso papel é ser porta-voz destas crianças, crianças sem voz”, disse Goreti Real, convidada da entrevista semanal conjunta Ecclesia/Renascença, emitida e publicada aos domingos.

A responsável falava na semana em que o Papa recebeu milhares de crianças de vários países, incluindo um representante de Portugal, no Vaticano, num encontro intitulado ‘Aprender com os meninos e as meninas’.

A responsável do MAAC assinala que o movimento “privilegia essencialmente os mais desfavorecidos, as periferias”.

Para Goreti Real, é importante que as crianças que enfrentam situações difíceis encontrem “um movimento que as ouve e que está solidário com estes problemas, para as fazer ouvir, sobretudo nas instâncias oficiais”.

As crianças são as mais desprotegidas, mas têm muita força. Como diz o Papa, se se desse oportunidade aos sonhos da criança, o mundo estaria muito melhor”.

Foto: Vatican Media

A entrevistada assume “uma preocupação muito grande” com o impacto dos vários conflitos armados sobre as novas gerações, apelando a uma “educação para a paz”.

“Há uns anos, com um grupo: colocamos uma caixa, ao pé da igreja, e convidamos todas as crianças a depositarem lá os brinquedos que tinham em casa que fossem símbolos de guerra: os jogos violentos, as pistolas. Isto são pequenos nadas, mas são pequenos e grandes contributos para construir a paz”, exemplifica.

Goreti Real assinala que “as grandes guerras começam sempre no coração de alguém”, desejando que as crianças de hoje possam ser “construtoras de um mundo novo”.

“Os desenhos que fazem são de paz, de amor, de amizade. A que é que uma criança dá valor nesta idade? É aos amigos, à fraternidade”, indica.

Falando do MAAC como “um espaço privilegiado de Deus”, a responsável assume que o trabalho passar por “preocupações concretas, sempre na realidade em que as crianças vivem e sentem”.

O plano de ação para 2023-2026 vai dedicar atenção particular para a saúde mental, com Goreti Real a sublinhar que “a pandemia deixou um rasto muito grande de problemas, sobretudo na adolescência”.

A responsável diz ainda que a proteção de menores é uma “preocupação fundamental”, oferecendo o contributo do movimento nesta área específica.

“A Igreja tem sabido atuar e temos de o fazer sempre com muita transparência e muita humildade, nesta situação”, conclui.

Ângela Roque (Renascença) e Octávio Carmo (Ecclesia)

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Agência ECCLESIA

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