Padre Marcelo Barros é um dos oradores da conferência «Ecologia e Espiritualidade» que hoje decorre na Universidade do Porto
Lisboa, 15 jan 2014 (Ecclesia) – A Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação, da Universidade do Porto, acolhe hoje às 17h00 uma conferência sobre “Ecologia e Espiritualidade”, organizada em parceria com os Missionários da Consolata e a Sociedade de Ética Ambiental.
Em entrevista concedida à Agência ECCLESIA, o monge beneditino Marcelo Barros, um dos oradores convidados para o evento, sublinha que “toda a espiritualidade cristã tem de ser ecológica”, porque parte de Jesus Cristo que é não só “primogénito de toda a criatura” mas também “príncipe da Criação”.
“Quando a fé é desligada da vida concreta, tudo se torna mercadoria, a Terra, os outros”, todas as pessoas “acabam por comportar-se como mercadoria”, alerta o padre brasileiro.
Esta ideia define a maneira como o cristão deve olhar para o mundo que o rodeia e procurar marcar a diferença numa sociedade dominada pela “perspetiva antropocêntrica” que “prende” as pessoas a si mesmas, incapazes de verem para além dos seus próprios interesses.
“É preciso restituir a sacralidade da terra, da água, do ar, da natureza” e principalmente da própria vida humana”, que é o bem “mais ameaçado”, sustenta o sacerdote Marcelo Barros, recordando as situações de injustiça social que marcam atualmente a vida das pessoas, um pouco por todo o globo.
“É fundamental garantir a relação justiça social / justiça ecológica. Ou muda o sistema, ou muda o caminho que o mundo está a trilhar, ou o ser humano não terá salvação”, conclui.
O colóquio sobre “Espiritualidade e Ecologia” conta ainda com as intervenções de Margarida Felgueiras, docente e investigadora da Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação, da Universidade do Porto; e de Jorge Moreira, representante da Sociedade de Ética Ambiental.
HM/JCP