Igreja/Sociedade: Meeting de Lisboa refletiu sobre a «novidade» que é o outro

«Do amor ninguém foge» é o tema da próxima edição em 2017

Lisboa, 18 abr 2016 (Ecclesia) – O presidente da República presidiu à sessão inaugural do Meeting de Lisboa que teve como tema ‘E tu, que novidade trazes?’, dedicado à reflexão sobre os refugiados e migrantes, vizinhos e colegas de trabalho que “ajuda a construir Portugal”.

Marcelo Rebelo de Sousa participou na iniciativa da Associação Cultural Meeting Lisboa e revelou que está atento a “tudo” o que significa o apelo à compreensão dos outros, à sua abertura e a inclusão.

“Eu tenho feito, desde o primeiro dia do meu mandato, um apelo nesse sentido: À aceitação, à compreensão, à tolerância. Cada qual tem as suas convicções mas ter as suas convicções não é impor, é encontrar-se com os outros e as convicções desses outros”, explicou no Centro Cultural de Belém.

Numa sociedade onde a noção, “muitas vezes”, é que é “tentada a ser egoísta”, o presidente português assinalou que o “máximo da realização pessoal” é feito com os outros e pelo serviço dos outros.

Segundo Marcelo Rebelo de Sousa a mensagem fundamental é, “sendo possível, fazer convergir e caminhar em conjunto”, por isso, destacou que o Meeting de Lisboa e a sua temática ajuda a “construir Portugal”.

“Estais a ajudar a construir mais do que Portugal, a construir pessoas, a respeitar pessoas que são por natureza universais, que são por natureza ecuménicas”, acrescentou no primeiro dia de encontro.

Depois dessa intervenção os trabalhos continuaram com o debate ‘A misericórdia que muda’ com a realidade dos cristãos perseguidos e dos presos, apresentadas respetivamente por Catarina Martins Bettencourt, da Fundação Ajuda à Igreja que Sofre, e Nicola Boscoletto da Cooperativa Giotto.

A presidente da Associação Cultural Meeting de Lisboa (ACM), que apresentou a sessão, disse à Agência ECCLESIA que em cada edição o objetivo é propor uma reflexão a partir do tema do encontro.

Este ano foi escolhido por “causa do contexto” europeu dos refugiados: ‘E tu, que novidade trazes?’

“De certa forma perturbam o nosso bem-estar europeu. Ao mesmo tempo na vida quotidiana o nosso vizinho do lado, a pessoa com quem trabalhamos é aquela que preferiríamos e a tendência é escolher só aqueles que nos agradam ou com quem nos identificamos mais”, desenvolveu Aura Miguel.

O assistente nacional da Fraternidade «Comunhão e Libertação» acrescentou que o encontro com a novidade dos outros, “com a diversidade dos outros”, ajuda a abrir e a “não sentir” que a “violência no mundo seja algo que está contra”.

“É algo que nos provoca para abrir-nos e dar um contributo nosso para melhorar o mundo em que vivemos. Este é o horizonte otimista da pergunta do meeting deste ano”, observou o padre Luís Miguel Hernández.

A iniciativa parte de pessoas ligadas ao movimento católico ‘Comunhão e Libertação’ propôs celebração, música, três exposições e debates tendo como convidados o investigador Henrique Leitão, Prémio Pessoa 2014, o chefe de cozinha Kiko Martins e o músico João Só, entre outros, de 15 a 17 de abril.

“O conceito é ouvirmos testemunhos de pessoas para quem estar a trabalhar com outras é melhor do que estar só, sozinho e isolado”, comentou a presidente da ACML.

Aura Miguel destacou também que o exemplo do Papa Francisco é uma provocação porque vai procurar realidades que “não são tão evidentes mas no fundo também Jesus fazia assim”.

A ACML no comunicado final do Meeting 2016 revelou que a novidade que desejam “é uma afeição de nova humanidade” e, nesse contexto, anunciou que a próxima edição tem o tema ‘Do amor ninguém foge’, no Centro Cultural de Belém, em 2017.

CB

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Agência ECCLESIA

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