Organização adverte para impacto da precariedade e exploração laboral na vida doméstica
Lisboa, 20 fev 2018 (Ecclesia) – A Juventude Operária Católica defendeu, em comunicado enviado hoje à Agência ECCLESIA, a necessidade de uma “conciliação saudável” entre vida familiar e trabalho.
“São inúmeros os casos de mulheres sobrecarregadas e em situação profissional incerta. Saltam à vista as dificuldades de conciliação do trabalho doméstico com as responsabilidades laborais e o tempo de dedicação aos filhos ou a criação de momentos propícios ao diálogo e a estreitar laços familiares”, refere a organização, apresentando o tema que esteve no centro da mais recente reunião da sua equipa Nacional.
A respeito da conciliação Família-Trabalho, a JOC recorda que os núcleos familiares têm sido suporte de todas as crises, inclusive as financeiras.
“Quantos jovens desempregados vimos voltar para casa dos pais por incapacidade de manter autonomia financeira? E quantos vimos nunca chegar a sair?”, questiona a organização católica.
A JOC sublinha os impactos na vida familiar da realidade de cada membro que “trabalha abusivamente longe de casa”.
A nota aponta o dedo a políticas que “banalizam o divórcio”, o trabalho precário e por turnos, a falta de igualdade de oportunidades, os salários baixos e os “hábitos de consumo fora de horas”, nomeadamente ao domingo.
“Tudo isto culmina na rutura familiar, no esgotamento por cansaço, sobretudo das mulheres e no próprio descrédito das empresas e do Estado”, refere o comunicado.
Entre várias propostas para contrariar estas situações, a Juventude Operária Católica convida a melhorar o apoio à gravidez e integração pós-gravidez das mulheres e a promover a “humanização de cada trabalhador”.
O comunicado apela ainda à divulgação da possibilidade de certificação das empresas “familiarmente responsáveis”.
OC