Igreja/Sociedade: Jubileu da Esperança «vem num momento crucial» para Cabo Verde

D. Ildo Fortes explica que «há gente que não vê mais o sentido da sua vida»

Foto: Agência ECCLESIA/HM

Fátima, 08 jan 2025 (Ecclesia) – O bispo da Diocese de Mindelo, em Cabo Verde, afirmou hoje que o Ano Santo 2025, o Jubileu da Esperança, realiza-se “num momento crucial” para o arquipélago, onde se vivem “momentos difíceis”, para além dos problemas globais.

“O nosso povo está na pobreza, está em dificuldade, há gente que não vê mais o sentido da sua vida. Nós temos assistido a muitos suicídios, muitos atos de violência”, disse D. Ildo Fortes à Agência ECCLESIA, em Fátima, à margem da Assembleia Jubilar dos Padres de Lisboa.

A Igreja Católica está a viver o Ano Santo 2025 – o seu 27.º jubileu ordinário – celebração que acontece a cada 25 anos -, com o tema ‘Peregrinos da Esperança’, iniciado pelo Papa Francisco na noite de Natal, a 24 de dezembro de 2024, com a abertura da Porta Santa na Basílica de São Pedro.

“Este Jubileu da Esperança vem num momento crucial, nós estamos a passar por momentos difíceis. Isto que se passa no mundo tem uma repercussão direta em Cabo Verde, as inflações, as guerras, as ameaças”, acrescentou o bispo de Mindelo, na ilha de São Vicente.

Para D. Ildo Fortes, este Jubileu “é uma grande oportunidade para a Igreja” fazer o que “sempre fez”, que é anunciar Jesus Cristo “como a razão da esperança”, mas, “agora, deve fazer mais”.

“É necessário ajudar as pessoas a perceberem que temos que nos agarrar a algo que é um fundamento”, salientou o bispo cabo-verdiano, recordando que o Papa Bento XVI dizia que “quem neste mundo está sem Deus, está sem esperança, é São Paulo”.

O logótipo oficial do Jubileu 2025 apresenta quatro figuras estilizadas, que representam a humanidade, que se agarram como sinal da solidariedade e da fraternidade, que deve unir os povos, sendo que a primeira figura está agarrada a uma cruz, com a base em forma âncora.

“Deus é uma âncora fundamental, acho que é a mensagem principal. Nós podemos não ter pão para dar às pessoas, não ter bens, mas temos o mais precioso há para dar, que é a razão de viver. É a razão da esperança, que é Jesus Cristo”, desenvolveu D. Ildo Fortes.

O Ano Santo 2025, após o início pelo Papa Francisco, começou nas dioceses católicas de todo o mundo no dia 29 de dezembro, o bispo cabo-verdiano de Mindelo realça que estão “ainda muito no início”, explicando ainda que “muitas pessoas não viveram o Jubileu do Ano 2000”, mesmo os padres, porque “o presbitério é totalmente novo”.

“Não têm experiência de um grande Jubileu, têm de Misericórdia. Então, estamos agora a arrancar com uma comissão para darmos corpo a este ano todo à volta do Jubileu”, a concluiu D. Ildo Fortes, bispo da Diocese de Mindelo.

O Jubileu 2025 coincide com os 1700 anos do Concílio de Niceia, que abordou a data da celebração da Páscoa, e tem uma dimensão ecuménica numa das rotas de peregrinação propostas, o ‘Iter europaeum’, 28 Igrejas que se referem a 27 países europeus e à União Europeia, com alguns templos de outras comunidades cristãs.

O último jubileu foi o ano santo extraordinário dedicado à Misericórdia (29 de novembro de 2015 a 20 de novembro de 2016), convocado com a Bula ‘Misericordiae Vultus’ do Papa Francisco.

HM/CB/OC

 

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