Igreja/Sociedade: Jovens portugueses unem-se a movimento global convocado pelo Papa por uma Economia mais humana e ecológica

Conferência digital vai unir participantes de 120 países, em iniciativa encerrada com intervenção de Francisco

Lisboa, 17 nov 2020 (Ecclesia) – A organização portuguesa do evento ‘A Economia de Francisco’, convocado pelo Papa, lançou hoje um novo site, onde apresenta princípios e orientações ligados a um movimento global católico de jovens por uma “Economia mais humana”.

A iniciativa vai reunir, em conferência digital, participantes de 120 países, entre os próximos dias 19 e 21, sendo encerrada por uma mensagem, em vídeo, do Papa Francisco.

O programa prevê uma séria de intervenções, “que vão da alegria de viver melhor às finanças e à Inteligência Artificial”, com transmissão através do site francescoeconomy.org.

“Uma economia mais humana é urgente e possível”, referem os responsáveis de “A Economia de Francisco Portugal”, uma rede que se constituiu a partir da preparação para o encontro inicialmente marcado para março, em Assis (Itália), e adiado por causa da pandemia.

“Esta nova Economia inspira-se numa ecologia integral e procura olhar os desafios do tempo presente de diferentes perspetivas. Não há só uma crise ambiental, mas sim uma crise socioambiental que requer um olhar mais profundo para que as soluções concorram para o bem comum”, precisam.

O Vaticano considera que a mobilização de economistas, empresários, gestores e estudantes criou a uma plataforma mundial de reflexão e ação, neste campo.

Falando aos jornalistas, na apresentação do evento, o diretor científico do encontro, Luigino Bruni, destacou que “o resultado de ‘A Economia de Francisco’ são jovens comprometidos com uma nova economia, no auge dos novos tempos”, defendendo que o discurso deve ir além da “economia verde”, procurando a “inclusão dos pobres, o protagonismo dos jovens, o cultivo da vida interior”.

Ao longo dos últimos meses, 2 mil jovens participantes trabalharam 12 eixos temáticos, coordenados por um membro júnior e um sénior, juntamente com dez colaboradores internacionais.

As 12 aldeias temáticas, transformadas em sessões de trabalho online que os jovens realizaram nos últimos meses, são: trabalho e cuidado; gestão e dom; finanças e humanidade; agricultura e justiça; energia e pobreza; lucro e vocação; policies for happiness; CO2 da desigualdade; negócios e paz; Economia é mulher; empresas em transição; vida e estilos de vida.

Estamos ao serviço da nossa Casa Comum – a Terra – por uma economia que, nas palavras do Papa Francisco, “traz a vida e não a morte, que é inclusiva e não exclusiva, humana e não desumana, que cuida do meio ambiente e não o despoja.

A Economia de Francisco Portugal

Numa carta dirigida especialmente aos jovens, em maio de 2019, o Papa desafiou todos a participar num evento com o propósito de repensar uma “economia diferente, que faz viver e não mata, inclui e não exclui, humaniza e não desumaniza, cuida da criação e não a devasta”.

A iniciativa inspira-se na figura de São Francisco de Assis, “o santo que se despojou do mundano para colocar a sua vida ao serviço dos mais pobres, o santo da atenção aos frágeis e da ecologia integral”, assinala a organização em Portugal.

A Santa Sé destaca que, de 19 a 21 de novembro, “jovens, economistas, empresários e ativistas de todo o mundo são convidados a refletir juntos para assinar um pacto intergeracional que visa mudar a economia atual e dar uma alma à economia do amanhã, para que esta seja mais justa, inclusiva e sustentável”.

Entre os palestrantes estão Muhammad Yunus, economista e Prémio Nobel da Paz 2006; Vabdana Shiva, membro do Fórum Internacional sobre Globalização; e Stefano Zamagni, presidente da Academia Pontifícia das Ciências Sociais.

A preparação do encontro promovido pelo Papa e a participação de Portugal envolve as escolas e associações de negócios portuguesas, nomeadamente a ACEGE-Associação Cristã de Empregados e Gestores; as faculdades de economia e gestão da Nova e da Universidade Católica Portuguesa e a AESE Business School; o projeto “Economia de Comunhão”, do Movimento dos Focolares; e a Comissão Nacional Justiça e Paz.

OC

 

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Agência ECCLESIA

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