Igreja/Sociedade: Fundação Ajuda à Igreja que Sofre apela à solidariedade com o Sudão do Sul e Iraque

«Estamos a viver uma guerra no Sudão, que tem tido um impacto muito grande na região, e é mais uma das guerras esquecidas no mundo» – Catarina Martins de Bettencourt

Lisboa, 31 jul 2024 (Ecclesia) – A Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS) em Portugal está a dinamizar campanhas de solidariedade para apoiar os cristãos perseguidos no mundo e destaca-se, neste momento, a emergência no Sudão do Sul, no continente africano, e no Iraque.

“Temos a decorrer, neste momento, esta campanha para o Sudão do Sul porque estamos a viver uma guerra no Sudão que tem tido um impacto muito grande na região, e é mais uma das guerras esquecidas no mundo”, disse a diretora do secretariado português da AIS, esta quarta-feira, em entrevista à Agência ECCLESIA.

Catarina Martins de Bettencourt explica que “há muitos refugiados” que estão a chegar ao Sudão do Sul, “o país mais novo do mundo”, que é também “um dos países mais pobres do mundo”, e que não tem capacidade para acolher estas pessoas todas, os números “apontam para cerca de 11 milhões de deslocados vindos do Sudão, uma guerra que já provocou 15 mil mortes, uma guerra muito dura que está a acontecer e que continua”.

Neste contexto, a Igreja no Sudão do Sul pediu ajuda à Fundação pontifícia AIS para “poder acolher todos estes refugiados”, e a campanha que tem a decorrer vai apoiar um dos seus projetos, um campo de refugiados que “está a acolher cerca de 500 famílias, na Diocese de Malakal” (Arquidiocese de Juba), e precisam de “alimentar estas famílias, de bens-essenciais para cada dia”.

Outra campanha de solidariedade que está em destaque é de apoio aos cristãos no Iraque, e Paulo Aido afirma que “tem como objetivo precisamente fazer com que a comunidade cristã não possa ser esquecida”.

“O que está em causa é a própria sobrevivência dos cristãos no Médio Oriente, e é preciso sublinhar não estamos apenas a falar do Iraque: A presença dos cristãos e a sobrevivência dos cristãos no Médio Oriente está em causa, é no Iraque, é na Síria, no Líbano, podemos dizer que é uma comunidade religiosa que está ameaçada, é minoritária e está ameaçada”, acrescentou, no Programa ECCLESIA, desta quarta-feira, dia 31 de julho, na RTP2.

O jornalista da Fundação AIS realça que a questão do Iraque “é fundamental” porque, ainda hoje, apesar do autoproclamado Estado Islâmico como organização militar “ter sido derrotada”, o Estado Islâmico “não foi aniquilado” e existem núcleos que “continuam naquela região e que são uma ameaça permanente aos cristãos”.

Paulo Aido assinala que os cristãos “não conseguem esquecer aquilo que aconteceu há 10 anos”, quando na noite de 6 para 7 de agosto de 2014, os terroristas do grupo Estado Islâmico ocuparam a Planície de Nínive, “terra histórica dos cristãos do Iraque, e obrigaram à fuga de cerca de 100 mil pessoas”, uma multidão em fuga desordenada “sem saber para onde vai, apenas que tem que fugir para salvar a própria vida”.

“É preciso trabalho, é preciso casa, infraestruturas, é preciso escolas para os filhos, centros de saúde, e tudo tem que ser construído. E a Igreja precisa de apoiar toda esta comunidade cristã porque eles estão isolados, é uma comunidade minoritária no próprio país”, desenvolveu o jornalista.

Catarina Martins de Bettencourt explicou que 2023 para a Fundação AIS foi “uma continuidade do ano de 2022”, “em termos de resultados muito semelhante”, tanto na angariação de fundos, como nos países apoiados.

“Temos 23 secretariados espalhados no mundo e durante o ano de 2023 angariaram cerca de 144 milhões de euros. E os principais países apoiados, muito em linha do que vinha também do ano anterior, é a Ucrânia, depois temos Síria, temos Líbano; África é o continente em que temos dado mais atenção, que nos traz mais preocupações”, explicou a diretora da Ajuda à Igreja que Sofre em Portugal.

Portugal contribuiu, em 2023, “com cerca de 3 milhões e 700 mil euros, uma contribuição extraordinária, tendo em conta a própria situação” do país e dos benfeitores da AIS, “que são também pessoas humildes e com dificuldades”.

Os dois entrevistados destacaram também os cinco documentários que vão mostrar a realidade dos cristãos perseguidos no mundo, no Programa ECCLESIA, nas próximas quartas-feiras, de 7 de agosto a 4 de setembro, na RTP2.

PR/CB

 

O programa ‘A Fé dos Homens’, onde está integrado o espaço da Igreja Católica, o programa ECCLESIA, começou, esta segunda-feira, dia 29 de julho, a ser emitido num horário diferente, devido à transmissão em direto dos Jogos Olímpicos, na RTP2.

Até dia 11 de agosto, de acordo com a informação enviada à Agência ECCLESIA, este programa vai ser emitido entre as 07h00 e as 07h30; aos domingos, os programas ‘Caminhos’ e ‘70×7’ são transmitidos entre as 07h00 e as 08h00.

 

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