«A sua marca e o seu sacerdócio continuam hoje bem vivo naquilo que são as obras que ele deixou» – Elisabete Puga
Lisboa, 08 jul 2024 (Ecclesia) – A Família Blasiana, constituída pelas Instituições fundadas pelo venerável Padre Joaquim Alves Brás e criadas neste carisma, celebra os 100 anos de ordenação sacerdotal do fundador, e pensa sobre a família, num ano jubilar, que começa a 19 de julho.
“Para além de ser um motivo de grande alegria, é mesmo uma oportunidade de olharmos para esta vida cheia de padre Brás, foi sacerdote durante 40 e poucos anos, mas a sua marca e o seu sacerdócio continuam hoje bem vivo naquilo que são as obras que ele deixou, naquilo que é o carisma que hoje continua a ser vivido, a ser levado por diante”, disse Elisabete Puga, do conselho geral do Instituto Secular das Cooperadoras da Família, em entrevista à Agência ECCLESIA.
Elisabete Puga recorda que o foco do padre Joaquim Alves Brás “foi sempre o bem da família”, por isso, este ano jubilar (1925-2025), que vai começar no próximo dia 19 de julho, pelos 100 anos da sua ordenação sacerdotal, é uma oportunidade “importante” de “relembrar à sociedade” que existem as Cooperadoras da Família e que existem as instituições fazem parte da Família Blasiana.
Maria José Carvalho, que também faz parte do Instituto Secular das Cooperadoras da Família, observa que o “contexto social é diferente” do tempo do fundador, por isso, olham para a família de uma forma diferente, “atualizando o carisma que o Padre Brás deixou”, mas adaptando-nos às novas necessidades da família, “às novas formas de família”.
“Nos nossos equipamentos, abrangemos cerca de 2780 utentes, idosos, crianças, jovens, é como diz o Papa, há lugar para todos, não é porque é filho de uma mãe solteira, monoparental. E esses são os primeiros a terem espaço nas nossas casas, o Monsenhor Brás incutiu em nós, Cooperadoras da Família, este coração grande, aberto a todos”, acrescentou.
O Padre Joaquim Alves Brás fundou a Obra de Santa Zita (OSZ), e os Centros de Cooperação Familiar (CCF), que têm valências “sobretudo mais sociais, quer no trabalho com as crianças, quer no trabalho com os idosos”, o Instituto Secular das Cooperadoras da Família (ISCF), na Guarda, em 1933, o ‘Jornal da Família’, que “continua a existir com uma grande tiragem”, o Movimento por um Lar Cristão (MLC), “um movimento de famílias”, que constituem a Família Blasiana, que integra também a Fundação Monsenhor Alves Brás, que tem associada uma Escola Profissional de Agentes de Serviço e Apoio Social, e a Juventude Blasiana – Grupos ‘Focos de Esperança’.
“O Padre Brás direcionou-se à mulher e à família, começando pelas criadas de servir, claro que hoje não é assim, o modo de atuar é diferente, através dos equipamentos que temos e das famílias desses utentes nós estamos a fazer este trabalho conjunto de escuta, de acolhimento, de atenção, de tudo o que a família precisa”, acrescentou Maria José Carvalho, salientando que “não é só ter a criança ou a pessoa idosa, isso é muito pouco”.
Do programa celebrativo e comemorativo deste ano jubilar destaca-se o Congresso Internacional ‘Atravessados pelo Amor e Pela Esperança – Cuidar as Famílias com(o) o Pe. Brás’, dias 17 e 18 de maio de 2025, em Fátima, o coordenador da comissão científica destaca a importância da Igreja e das suas obras na “realidade da construção social hoje”.
“Não podemos continuar a pensar as suas instituições como dinâmicas paralelas à realidade social e ao mundo. Elas estão no coração do mundo para transformar esse mundo e não são realidades feitas só para os cristãos. Claro que tem uma clara inspiração cristã, mas o seu objetivo é transformar o tecido social, ou seja, há aqui uma visão sobre o que é o ser humano, sobre o que é o projeto de Deus para o ser humano, que se concretiza de uma maneira muito evidente e clara na família”, desenvolveu Juan Ambrosio, no Programa ECCLESIA, transmitido esta segunda-feira, na RTP2.
O centenário da ordenação sacerdotal do Venerável Padre Joaquim Alves Brás começou a ser preparado há dois anos, segundo o teólogo para “ser como uma coisa bem pensada e profunda”, e estão a desenvolver uma “dinâmica de três anos”, dedicando cada um a uma dimensão específica:
No primeiro ano, em 2022-2023, foram “às fontes, revisitar o que é o berço do instituto”, neste ano 2023/2024, o segundo ano, “olhar o presente, a realidade atual, tentando discernir nessa realidade atual aquela vontade a que Deus convoca”, e no Ano do Jubileu, em 2024/2025, vão “ousar pensar o instituto e os desafios”.
LS/CB/OC