Francisco afirmou que «educar, é sempre um ato de esperança», no Dia Internacional da Alfabetização
Cidade do Vaticano, 08 set 2022 (Ecclesia) – O Papa Francisco afirmou hoje que “educar é sempre um ato de esperança” numa mensagem, pelo Dia Internacional da Alfabetização 2022, enviada à diretora-geral da UNESCO, a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura.
“Educar é sempre um ato de esperança que nos convida a transformar a lógica estéril e paralisante da indiferença numa lógica capaz de acolher nossa pertença comum”, afirma o Papa, lembrando o tempo de pandemia e guerra, publicou a Sala de Imprensa da Santa Sé.
Na mensagem enviada pelo secretário de Estado do Vaticano, cardeal Pietro Parolin, à diretora-geral da UNESCO, Audrey Azoulay, Francisco “deseja todo o sucesso” nas reflexões e trabalhos neste Dia Internacional da Alfabetização, para que possam “dar bons frutos em prol de uma transformação eficaz e duradoura dos espaços de aprendizagem da alfabetização”.
“Se os espaços educativos de hoje se conformam com a lógica da substituição e da repetição, incapazes de gerar e mostrar novos horizontes em que a hospitalidade, a solidariedade intergeracional e o valor da transcendência encontraram uma nova cultura, não estamos perdendo o encontro com este momento histórico?”
O Papa assinala que o mundo “está em constante transformação”, não apenas do ponto de vista cultural, mas também antropológico, e toda mudança deve ser acompanhada por um processo educacional, por isso, “é necessário construir uma ‘aldeia educativa’ onde partilhar, na diversidade, o compromisso de criar uma rede de relações humanas e abertas”.
Para Francisco é necessário “assinar um pacto que anime os processos educacionais formais e informais”, que não podem prescindir do fato de que tudo no mundo está “intimamente ligado”.
“É necessário encontrar, de acordo com uma antropologia saudável, outras formas de entender a economia, a política, o crescimento e o progresso”, salientou, no Dia Mundial da Alfabetização, que se assinala esta quinta-feira.
“Num caminho de ecologia integral, o valor específico de cada criatura é colocado em seu devido lugar, em relação às pessoas e à realidade que a cerca, e propõe-se um modo de vida que rejeita a cultura do desperdício”, acrescentou.
O secretário de Estado do Vaticano explica que Francisco exorta a “encontrar uma convergência global para uma educação” que produza uma aliança na vida da pessoa: “Entre estudo e vida; entre gerações; entre professores, alunos, famílias e sociedade civil, segundo as suas expressões intelectuais, científicas, artísticas, desportivas, políticas, empresariais e solidárias”.
“Uma aliança entre os habitantes da Terra e a ‘casa comum’, que devemos salvaguardar e respeitar. Uma aliança geradora de paz, justiça e acolhimento entre todos os povos da família humana e diálogo entre as religiões”, acrescenta.
Na mensagem, publicada pela Sala de Imprensa da Santa Sé, o Papa Francisco espera com a esperança de que os esforços contínuos para a transformação da abordagem educacional “possam contribuir para a construção de uma civilização de harmonia, unidade, solidariedade, fraternidade e paz duradoura”.
CB