Encontro internacional vai decorrer de 28 a 30 de novembro, em Castel Gandolfo

Cidade do Vaticano, 25 nov 2025 (Ecclesia) – A Fundação Economia de Francisco (EoF) vai promover um encontro internacional de 28 a 30 de novembro, em Castel Gandolfo, arredores de Roma, reunindo cerca de 600 participantes de 66 nacionalidades, sobre o tema ‘Reiniciando a Economia’.
A iniciativa, apresentada esta segunda-feira em conferência de imprensa, no Vaticano, visa repensar a economia à luz do Jubileu, com foco na justiça social, no cuidado com a terra e no perdão da dívida, com a ajuda de estudantes, jovens, economistas, empresários e agentes de mudança.
“Este evento baseia-se em vários pilares que desafiam profundamente a nossa forma de produzir, consumir e habitar o planeta, como por exemplo o trabalho e as novas formas de escravidão, a dívida ecológica e econômica, a justiça climática, o uso das tecnologias e a construção de uma economia fundada na fraternidade”, adianta a organização.
A conferência de imprensa contou com a presença da portuguesa Rita Sacramento Monteiro, da equipa da EoF, que falou de um “momento de maturidade” para o movimento global, que se reúne pela primeira vez sem a presença física do Papa Francisco, seis anos após o seu apelo inicial para “dar uma alma à economia”.
“Muitas vezes a economia é vista como um domínio predominantemente masculino, [mas] teremos mais mulheres do que homens, mantendo, no entanto, um equilíbrio de género muito harmonioso”, destacou.
A responsável destacou que a diversidade de presenças testemunha “um movimento juvenil global empenhado na transformação cultural e estrutural da economia”.
O encontro conta com a atribuição de 50 bolsas a participantes de 23 países, provenientes da Europa, África, América e Ásia.
A programação inclui sessões plenárias com especialistas como Sabina Alkire, Paolo Benanti, Jennifer Nedelsky, Massimo Mercati e Stefano Zamagni, além de 15 workshops temáticos desenhados em colaboração com parceiros como a ‘Caritas Internationalis’ e o ‘Movimento Laudato Si’.
“Não é uma utopia, já a estamos a construir com muitos jovens e não só, jovens de todas as idades, no mundo. Muitas vezes ouvimos nas notícias um lado da economia muito diferente, muito diferente. Parece-me que a visão do Economia de Francisco é profética, mas não é algo que se conjuga apenas no futuro, já está a ser realizada”, assinalou Rita Sacramento Monteiro.
Uma das novidades desta edição é a participação de alunos do ensino básico, fruto de um projeto educativo que levou um ‘kit’ pedagógico às escolas, especialmente na Itália.
“Desta vez, teremos estes alunos do ensino básico e isso deixa-nos muito felizes, porque já é um sinal do futuro”, assinalou a responsável portuguesa.
O evento integrará ainda espaços de espiritualidade, denominados ‘Face to Face with Francis’, inspirados no Cântico das Criaturas, e atividades no ‘Borgo Laudato Si’, o novo espaço permanente dedicado à ecologia integral.
Luigino Bruni, Economista e vice-presidente da Fundação EoF, destacou que a segunda conferência internacional presencial “supera todas as expectativas”, considerando a elevada participação como “sinal de que a proposta de compromisso dos jovens para mudar a economia está viva e tem futuro”.
“Durante o evento, será apresentado o ‘EoF Fraternity Report 2025’, fruto do trabalho deste ano e destinado a tornar-se um evento anual: uma medição do estado da fraternidade no mundo, conceito caro a São Francisco, ao Papa Francisco e ao próprio movimento”, acrescentou.
O responsável anunciou que o programa conta com 120 propostas recolhidas através do “concurso de ideias extraordinárias e a participação de cerca de 80 estudantes do ensino secundário”, como “exposição da economia profética dos jovens”.
D. Domenico Sorrentino, arcebispo de Assis e presidente da Fundação EoF, referiu aos jornalsitas que a Economia de Francisco “nasce desta dupla herança: a espiritualidade franciscana e a doutrina social da Igreja”.
“Hoje, este caminho continua com Leão XIV, o novo Papa, que escolheu um nome em continuidade com Leão XIII, o pontífice da Rerum Novarum, que deu início à doutrina social moderna. Também isto é um sinal. Estamos no caminho certo”, sustentou.
OC
