Jornalista afirma que «é importante um bom Papa» para ateus ou católicos
Lisboa, 18 mai 2017 (Ecclesia) – A jornalista Bárbara Reis, do jornal ‘Público’, afirma que “é importante um bom Papa”, sejam as pessoas ateias ou católicas, e considera Francisco “um líder muito impressionante” que “dá o exemplo da frugalidade”.
“O Papa Francisco é um líder muito impressionante, desde o início que é muito interessante observar e confesso que com algum espanto porque conhecia pouco”, disse em entrevista à Agência ECCLESIA, após a visita do Papa a Portugal.
Bárbara Reis, que recorda não ser “especialista” na temática religiosa, diz que para si “é muito impressionante” no Papa Francisco “a sua coragem para ser o exemplo, em algumas coisas muito importantes”, o que é “muito inspirador”, para qualquer pessoa que “observe o que se passa no mundo”.
“Tantas vezes se diz: «Ele é Papa, claro que tem de dar o exemplo». Isso não é verdade, nem na história dos Papas, nem na história dos lideres do mundo”, desenvolve.
Num período da história em que a palavra populista faz parte das conversas, a jornalista afirma que Francisco não o foi ao optar por viver na Casa de Santa Marta ao invés do palácio apostólico.
“Populismo é outra coisa, é a Marine Le Pen e o Donald Trump”, exemplifica, porque no Papa há uma “consistência, que é uma vida inteira”.
“O Papa tem 80 anos e só com muito cinismo se pode considerar que esse gesto é populista”, observa.
A jornalista revela que “o exemplo da frugalidade” de Francisco é do que “mais” a “impressiona” e considera “interessante” com o paradoxo de líderes fazerem “campanhas com base no aumento de consumo, no crescimento da economia”.
“Não é pouco, porque há excesso de consumo que leva aos problemas ambientais que são genuínos no Papa. O desperdício é tema muito forte no Papa”, realça, destacando a mensagem “até ecológica e de sustentabilidade” muito interessante que Francisco passar aos milhões e milhões de pessoas que o ouvem.
“É importante que tenhamos um bom Papa sejamos ateus ou católicos”, afirma Bárbara Reis.
Para a entrevistada, “um pequeno gesto” como a escolha do sítio onde ficou a viver “pode inspirar outros” e, se todos os líderes têm de dar o exemplo, Francisco mostra que “tem de dar o exemplo” e está “a pedir mais à sua instituição, à Igreja Católica”.
Barbara Reis considera que existe “uma certa arrogância intelectual, entre católicos ou ateus,” em relação a discursos muito simples, “como se falar de uma forma simples fosse fácil” e o exemplo do Papa em falar de maneira clara para que todos entendem é interessante.
“Até nisso é muito eficaz. É um talento, é um saber muito particular conseguir transmitir mensagens muito fortes, muito inspiradoras, de uma forma tão acessível e tão simples”, desenvolveu.
Sobre a viagem do Papa Francisco ao Santuário de Fátima, nos dias 12 e 13 de maio, a jornalista diz que “não ficou nenhuma mensagem particularmente marcante”, para além da canonização dos pastorinhos Francisco e Jacinta Marto.
“Talvez porque veio como peregrino”, acrescentou Barbara Reis, assinalando que houve um lado “muito comovente” para os crentes com “todos pequenos gestos de proximidade”, o acenar com o lenço branco, e “algumas frases bonitas sobre a religiosidade”.
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