Igreja/Sociedade: «Desporto tem linguagem universal que proporciona a comunhão» – padre Manuel Fernando Silva

“Mens sana in corpore sano” é a expressão latina muitas vezes associada à atividade física. No fim de semana em que decorre o Jubileu do Desporto, no Vaticano, é convidado da Renascença e da Agência Ecclesia o Padre Manuel Fernando Silva, Pároco de Alfena na Diocese do Porto, ex-jogador e ex-treinador da equipa de futsal dos padres portugueses e ainda dirigente desportivo

Entrevista conduzida por Henrique Cunha (Renascença) e Octávio Carmo (Ecclesia)

Comecemos pelo Jubileu do Desporto, que vai ter a participação de um português, neste caso o treinador Sérgio Conceição, numa conferência promovida pelo Dicastério para a Cultura e Educação. Como é que classifica esta preocupação da Igreja em chegar aos mais diversos campos de atividade neste Jubileu de 2025?

Eu creio que esta é a única forma de se conseguir fazer chegar esta voz e conseguir ter a oportunidade de conciliar as várias perspetivas e várias ideias e várias experiências sobre o desporto. Num Jubileu do Desporto não se pode pensar só nos desportistas, não se pode pensar só nos que dirigem os desportistas, é também importante pensar nos dirigentes. Ou seja, há aqui uma trilogia de pessoas responsáveis, no fundo que têm intervenção muito direta e que de alguma forma podem tornar as coisas dignas, valorizá-las, ou porventura podem às vezes contaminá-las. Quanto ao Sérgio Conceição, eu sabia que estava a ser contactado para isso e muito bem, até porque ele também tem a experiência como desportista, agora como treinador, e mais do que isso ele também é pai de família, é pai de desportistas, ele tem aqui uma visão diferente, ou melhor, mais abrangente do que apenas focada só no desporto como atleta ou só no desporto como treinador.

 

Até por isso lhe pergunto, do ponto de vista do Vaticano, qual é que pode ser a importância de ouvir estes testemunhos de antigos atletas, de antigos treinadores para a celebração do Jubileu? 

O Vaticano tem sido assertivo nestas matérias, ele tem procurado realmente constituir aqui plataformas que possam dinamizar encontros, que possam incutir também nos agentes que às vezes até podem estar um bocadinho mais fora, até nas periferias, e portanto nesta linguagem também ecuménica, porque não podemos esquecer só que o ecumenismo não é só ao nível da religião, também tem esta vertente, e no fundo ao tentar, ao chamar, ao escutar, ao partilhar experiências, procura também colocar aqui este toque de verdadeira dignificação do desporto, percebendo justamente que o desporto também pode contribuir para a santificação, pode contribuir para a valorização da pessoa, e pode naturalmente constituir aqui uma plataforma de elevação daquilo que nos parece a coisa mais bonita do desporto. É naturalmente esta disputa, mas depois não podemos esquecermos que há aqui uma metáfora fundamental para a vida, onde no desporto também se aprende a valorizar o que ganha, onde o que ganha aprende também a respeitar o que perde, onde no fundo há aqui uma linguagem universal, com múltiplas dimensões, que são também a metáfora da vida, e isto não pode constituir um elemento à parte, porque eu sei que nós hoje em dia olhamos para o desporto como negócio, olhamos para o desporto nesta questão de poder, e às vezes de uma rampa de lançamento para outras coisas, mas é importante não esquecer que o desporto, antes de mais, trata, constitui um ponto de comunhão, de partilha.

 

Não deve ser por acaso que a Noruega, um país pequeno, tenha o sucesso que tem ao nível do desporto, porque os seus atletas, até à idade de 13 anos, têm todos que ter o mesmo número de minutos de competição, e não se valoriza a vitória nem a derrota…

Exatamente. Eu creio que nós temos um aspeto que é realmente caricato, e até com algum exotismo, que é a questão do cartão branco, o cartão branco que valoriza o fair play, e isto às vezes é…

Mas poucas vezes é utilizado….

É tido quase como um adorno. Naturalmente que a disputa, mesmo viril, pode ser uma disputa leal, e eu creio que, no fundo, o que o Vaticano nos quer dizer, e quer transmitir, e quer incutir nas pessoas que ali estão, é também este sentido de responsabilidade, que o que cada um faz, o que cada um diz, tem um impacto enorme, e é importante que os agentes que são responsáveis por esta valorização do desporto, e pela sua dignificação, que procurem sempre constituir aqui plataformas de entendimento, de partilha de ideias, para que às vezes a ambição e até uma certa ganância, não esvazie o desporto daquilo que tem de belo, que é realmente esta partilha diversa com pessoas de vários países. Aliás, como eu próprio também tenho essa experiência daquele pequeno exemplo, que é o Campeonato Europeu de Padres, que a certa altura nós esquecemos quem é que ganhou, a certa altura passou já da ideia…Se eu lhes perguntar a vocês e a outros quem é que ganhou, ninguém sabe, também não interessa. O que importa…

 

Sabemos, Portugal ganhou muitas vezes….

Portugal ganhou muitas vezes, exatamente. Agora eu estou a dizer isto porque a minha amnésia é naturalmente provocada pelas derrotas recentes. É seletiva.
Mas o que fica mais são as experiências, o encontro, a diversidade de países, de padres, de culturas, de jeitos até de rezar de forma diferente, e no fundo este foco. O desporto acaba por ser esta ponte que depois constitui um elo fundamental que nos liga a todos. E é importante definir bem que o desporto é para valorizar o homem, para o dignificar e para construir pontes entre todos.

Não pode servir de batalha campal nem de protesto pelo que quer que seja.

 

Essa aliás era uma das questões que até pela atualidade recente temos para colocar porque já falamos de várias atitudes que não dignificam a atividade, também até no desporto de alta competição, mas sobre especificamente a violência no desporto parece que ainda é um tema um pouco tabu. Não deveria existir uma reflexão crítica mais abrangente sobre este tema?  

Obviamente que sim. Este é um problema que vem de longa data e nós às vezes constituímos fóruns de discussão e isto é colocado sempre à margem, porque eu ouvi ontem as declarações de um dirigente desportivo e quando são os da minha cor ou do meu lado eu tento logo dizer que isto é comum a todos os clubes, mas quando eu me sinto ofendido eu ergo a bandeira de que estou a ser martirizado, estou a ser discriminado e então quero que os outros me peçam desculpa. Ou seja, enquanto não percebermos, e os dirigentes desportivos, como eu dizia há bocadinho, estão a ser também fundamentais.

 

Então é preciso melhorar a formação destes agentes desportivos?

Sem dúvida, sem dúvida, porque depois qualquer coisa é sempre o árbitro e todos nós temos motivos de queixa e motivos até de termos sido desfavorecidos.  Eu não tenho dúvidas que tem sido melhorada a formação dos árbitros, tem sido melhorada a formação dos atletas, cada vez mais. Ainda recentemente, quando Portugal ganhou agora esta competição da Liga das Nações, imediatamente a seguir, ao términus do jogo, foi entrevistado um dos nossos jogadores, neste caso o Vitinha, e é importante olhar para aquela entrevista e ver a elevação que ele consegue transmitir a sua opinião. Depois daquela descarga de adrenalina de ter ganho, de ter realmente explodido de alegria com os seus colegas, que é legítimo, e onde também se notou que Portugal não foi favorecido, nem foi prejudicado, foi um jogo até muito leal, muito digno, e nós olhamos para o jogo até com essa satisfação, porque não foi uma questão de sorte, foi uma questão realmente de brilho, de qualidade, de excelência, e depois vemos um jogador que chega a um flash interview, ali logo imediatamente a seguir, com uma elevação, com uma dignidade. Isto mostra claramente que há aqui também uma formação dos desportistas, cada vez mais, com as academias…

 

Mas os dirigentes não acompanharam?

Tenho essa certeza, os dirigentes não acompanharam, mas a todos os níveis, porque também os dirigentes deviam ter uma formação ao nível daquilo que são as leis do jogo, que não percebem, só percebem quando são prejudicados. Deviam ter formação ao nível daquilo que é ética desportiva, sem dúvida, e deviam sobretudo ter uma perceção de que o desporto tem de ser alimentado, não é com dinheiro, é com formação. E o desporto tem esta vertente, isto é, alimentamos o futuro do desporto criando camadas jovens, onde também aí é preciso pensar e refletir no que se vê. Em algumas situações, o que nós encontramos por este país fora é uma vergonha, porque vemos esta ansiedade, quase que este enorme frenesim de ter que ganhar, e depois encontramos dirigentes que se portam mal, que com os seus insultos incendeiam as bancadas e onde também aqui era importante uma atitude muito proactiva no sentido de valorizar o desporto e entender que às vezes uma derrota, às vezes uma derrota para os mais novos é um grande ensinamento e tem uma grande pedagogia. O desporto tem estas várias dimensões. A derrota num jogo não significa a fraqueza, porque a grandeza do desporto está nesta capacidade de aprendizagem constante e nisto não tenho dúvida que os dirigentes não acompanharam, porque também tudo isto é feito com aquele estilo fleumático das massas associativas.

E depois as pessoas têm dificuldade em admitir que o outro ganhou por mérito próprio, não é?

 

Eu quero introduzir aqui na conversa o novo Papa, porque em pouco mais de um mês o Leão XIV já recebeu…

Desculpa Octávio, mas há aqui uma piada à volta do Papa, porque o Campeonato Português estava perto das grandes decisões, quando foi feita a eleição do Papa Leão XIV, e eu disse, pronto, o Benfica que arrume as botas…

 

Mas tecnicamente ele até surgiu de vermelho e branco, portanto enfim, acho que ali tentou ser o mais neutro possível…

E é importante dizer que este Papa eleito é uma boa notícia, uma boa surpresa para a Igreja.

 

E é também desportista.

E também desportista, exatamente.

 

Exatamente por isso, ele pouco depois de ser eleito recebeu o Jannik Sinner, o grande tenista italiano, recebeu uma delegação do Nápoles, os campeões da Itália em futebol, Sénior Masculino, e depois esteve também com os ciclistas da Volta a Itália. Já percebemos que vamos ter um Papa atento ao fenómeno desportivo. E ele falou de um tema importante. Leão XIV falou na importância da qualidade moral, da prática desportiva. Quantas pessoas é que são capazes de refletir sobre isto, a fundo?

Mas é isso que o Vaticano quer que lá seja refletido, e é isso que ele quer. Porque antes de mais, o rosto e a dimensão humana do Papa está também aí, gosta do desporto. Quer dizer, o Papa João Paulo II gostava de fazer alpinismo, e ski. Aliás, quem for ao museu na terra dele, na casa dele, tem lá os artefactos do ski que ele praticava, era também desportista.

Há aqui realmente esta dimensão fundamental da qualidade moral do desportista, que também precisa de testemunhos, e neste aspeto não tenho dúvidas que os treinadores, os formadores, os dirigentes são realmente importantes para ajudar aos desportistas a ter esta dimensão. Porque depois há aquele aspeto dos que querem ganhar com todo o tipo de aldrabices, veja-se a questão do doping, toda uma série de esquemas, que são realmente terríveis. E temos agora uma coisa ainda pior, que são as apostas.

 

Sim e que são um fator de corrupção muito significativo…

Exatamente. Veja-se que, por exemplo, o número de vezes em que os jogadores caem fora de jogo também é motivo de aposta.

 

Então o Padre Manuel Fernando prevê um Papa muito atento a este fenómeno do desporto e ao impacto que ele poderá ter na sociedade?

Sem dúvida. O Papa percorreu vários mundos, vários sítios, e ele neste percurso que faz nos Estados Unidos, na América Latina, e na América Latina sabemos que o desporto, o futebol está no sangue daqueles jovens que estão na rua. Mesmo aquele desporto de rua não deixa de ser desporto, não deixa de ser desporto, é momento de convívio. E o Papa está seguramente atento a isto, aliás, não está só atento, como a Igreja tem de estar muito atenta, a Igreja deve ter aqui uma palavra firme, em que não basta só fazer a bênção e o discurso para o mundo inteiro, é necessário criar estes fóruns. E o Jubileu do Desporto é, sem dúvida, uma oportunidade fundamental para neste ano, no qual estamos todos mais sensíveis a esta dimensão mais festiva, o desporto é também uma arte. Nós temos de ver aí justamente esta capacidade, este empoderamento das qualidades de cada um, onde depois, evidentemente, esta fibra ética se manifesta em todas as dimensões, no ganhar e no perder.

E realmente o Papa vai estar atento, creio que ele também com os seus conselheiros estará realmente instruído e orientado e terá essas ajudas, mas ele próprio tem esta dimensão e eu estou convencido que este é um ponto fundamental deste jubileu.

 

Falamos agora um pouco da importância do desporto no quotidiano, em particular no dia a dia de um sacerdote. É um importante auxílio ao equilíbrio emocional?

Também. É importante para este equilíbrio emocional porque o desporto aproxima-nos. Eu vejo da minha parte, e eu posso falar aqui de uma forma teórica, mas posso falar também na perspetiva daquilo que é a minha experiência pessoal.

Desde sempre, e sempre me habituei ao desporto, ao futebol, agora estou ligado a uma equipa que é de Hóquei em Patins, também a uma associação desportiva de patinagem artística, também estive ligado à área do futebol e do futsal como dirigente desportivo, e tudo isso é fundamental, porque com o desporto nós também nos cruzamos com outros públicos, mesmo daquele público que não vem à igreja, daquele público que não está tão ligado à vida paroquial, à vida comunitária. Mas onde necessariamente aí se encontram qualidades, e esta qualidade de relacionamento, de um relacionamento saudável, que para nós também é importante. No fundo, quando nós falamos de ir ao encontro das periferias, é importante percebermos que o desporto dá aqui uma leitura muito transversal da sociedade, daquilo são as suas preocupações, as suas ansiedades, e onde nós também vibramos com uma vitória. Eu já fui ver um jogo de hóquei em patins e é interessante ver miuditos… estou a imaginar ver os pais a vibrar com os miúdos pequenitos, com alguns que mal conseguem pegar no stick, e portanto, isto é importante porque aproxima-nos. No fundo, completa-nos.

 

Por falar dessa aproximação, julgo que não vou cometer nenhuma inconfidência se disser que, por exemplo, às quartas-feiras há um grupo de padres que se encontra em Alfena para um jogo de futebol?

Sim, para um jogo de futebol e depois para o almoço, porque aquilo é um convívio. Aliás, é isso que tem de ser o desporto. Realmente às quartas-feiras, depois quando começa a preparação para o Europeu, é aos domingos, mas já noutro sítio, mas às quartas-feiras, quase de forma rigorosa encontramo-nos, até temos um grupinho do WhatsApp que é “fieis à bola”.

O grupinho é “fieis à bola”, que é assim que nós nos tratamos, e está bem, está muito bem assim. Encontrámo-nos para jogar em Alfena, no pavilhão, que é um pavilhão da paróquia. Encontrámo-nos lá às quartas-feiras e depois no final há um almoço. E é curioso que há pessoas que não jogam, ou porque não podem, ou porque estão lesionadas, ou por qualquer motivo, mas vem ao almoço.

u seja, há aqui uma dimensão muito mais alargada daquele momento desportivo que não é só o desporto.

 

É a importância do encontro?

Sim, é a importância do estar, e não tenho dúvidas que aquele momento é um momento de verdadeira oxigenação para todos nós. As pessoas que estão completamente à vontade, descontraídas, estamos entre irmãos. E por vezes também temos neste nosso encontro, leigos.

Há leigos que também participam, de alguma forma, que são pessoas que fazem parte do nosso caminho e que participam da mesma forma; que nos ajudam, que estão connosco, que vibram também, e que são capazes de fazer esta comunhão à volta da mesa. Eu acho que o desporto tem esta beleza fundamental, e nós padres, de vez em quando pedimos ali umas ajudas técnicas, porque às vezes os padres não conhecem tudo, mas há uma coisa sempre interessante, é que podemos ser poucos para a bola, mas para o almoço somos sempre mais.

 

Eu posso dizer, e eu penso que o Henrique também terá tido essa experiência, que quando são as notícias do Europeu de futsal, há sempre alguém que manifesta alguma estranheza por ver padres a jogar à bola, mas pronto, isso acho que vai passando com o tempo. Esta experiência de participar, e já falou, aliás, em torneios internacionais, em contato com colegas de outros países, pelo que eu percebi também, quase sempre, com uma competição saudável, trouxe alguma coisa de novo para a sua vida sacerdotal?

Trouxe, trouxe, e creio que traz sempre, e cada experiência é sempre uma experiência diferente. Estes encontros que nós fazemos a nível europeu, vamos fazendo isto sempre em vários países, e até tem sido maioritariamente na Zona Leste. E isto dá-nos uma outra visão do estilo do país, da cultura, da forma de viver, de rezar, das dificuldades. E depois há uma outra coisa importante, seja qual for o país, e nós já fomos a países com mais condições, outros com menos, mas há sempre um gosto enorme de acolher bem, aquilo é extraordinário. As comunidades conseguem-se engalanar para preparar, para cuidar, mesmo às vezes com as suas limitações, e para nós é sempre bom, porque no fundo sentimos a alegria de quem nos acolhe, nós procuramos também viver e usufruir do momento, e usufruindo de uma forma múltipla, que não só pelo desporto, mas pelo encontro, pela partilha com outros, e depois a questão da oração. A visita, a cultura, o encontro com os governos, e a propósito lembro que desta vez foi na Hungria, e o próprio governo, que é liderado por Victor Orbán, que está nas bocas todo mundo, às vezes não propriamente pelos melhores motivos, mas mandou um representante do seu governo ler um discurso.  E depois no final entregaram essa capazinha com o discurso à delegação da Hungria. Há no fundo esta comunicação, e nós vemos como as pessoas vão vibrando, para as comunidades é fundamental, e o que é que nós ganhamos? Ganhamos conhecimento, porque o conhecimento não é só dos livros, é também aqui, nesta partilha, e ganhamos sobretudo esta visão mais universal daquilo que é a nossa dimensão da fé, daquilo que é a nossa presença no mundo, e percebemos que afinal de contas, também o desporto tem esta linguagem universal que proporciona a comunhão. E o desporto é belo quando consegue fazer isso, onde realmente há uns que têm de ganhar, há outros que têm de perder, mas no fundo cada um sabe estar e sabe aceitar as qualidades, as suas limitações, e no fundo também ficamos felizes quando tudo isso acontece num ambiente de descontração. A tensão da final passa, e as coisas por vezes são bravas, nas imagens dá para ver isso, mas depois termina o jogo, e tudo passa. É um momento de crescimento, de afirmação, e depois de valorização do vencedor, e no fundo do agradecimento a todos os quantos colaboraram e contribuíram para a vitória, porque para uma vitória de uma equipa que se mostra muito capaz, é necessário o trabalho daqueles que tratam das relvas e de tantas outras coisas. Ou seja, há tanta gente envolvida para que tudo corra bem, e é importante não esquecer que o desporto, quando se faz um disparate qualquer como agora tem acontecido, isso mancha tudo. Ou seja, há aqui uma máquina tão grande, é toda esta máquina que é posta em causa, e é importante ter este cuidado, nós temos aprendido imenso. Desde a Bósnia, desde a Romênia, desde a Bielorrússia. E por exemplo aí também percebemos os problemas e estas dificuldades. Na Bielorrússia, havia colegas nossos que nem queriam falar, nem queriam falar sobre questões políticas, porque os telefones estavam sob escuta. Portanto, nós apercebemo-nos deste mundo diverso, das dificuldades, e eu acho que isso que nos ajuda a sermos mais solidários, mais atentos, mais comprometidos e mais respeitadores das diferenças.

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