Novo bispo do Porto homenageado pelo percurso ao serviço das comunidades católicas das Forças Armadas e de Segurança
Lisboa, 03 abr 2017 (Ecclesia) – O novo bispo do Porto, D. Manuel Linda, foi hoje condecorado pelo Ministério da Defesa pelos “relevantes serviços” exercidos ao serviço das comunidades católicas das Forças Armadas e de Segurança.
Durante a cerimónia da entrega da Medalha da Defesa Nacional, o ministro da Defesa, José Alberto Azeredo Lopes, destacou um homem de “serenidade culta e afável”, que “num cargo por definição de tempo curto e limitado” colocou mãos à obra “como se o seu tempo não tivesse fim”.
“Do que se trata agora é de ver como é que foi exercida a função. E eu acho que ela foi exercida de modo exemplar, foi exercida com serenidade, sem medo de aqui e ali ir lançando mensagens que evidentemente tínhamos de ouvir, e foi exercida numa dimensão de tolerância relativamente ao fenómeno religioso em geral, e não apenas relativamente àqueles que são católicos, que deve ser profundamente destacada”, reforçou em declarações à Agência ECCLESIA.
D. Manuel Linda, de 61 anos, foi nomeado responsável pelo Ordinariato Castrense em 2013, sucedendo a D. Januário Torgal Ferreira.
Na hora de passar o testemunho, D. Manuel Linda agradeceu os sinais de apreço e reconhecimento que tem recebido, por parte de todos os ramos das Forças Armadas e de Segurança.
Homens e mulheres que são, segundo o responsável católico, “portadores de uma tal formação e consciência de serviço, que constituem sem qualquer sombra de dúvida uma das mais altas e eloquentes reservas morais da nação”.
Sobre a sua missão, D. Manuel Linda salientou que “como homem da religião” sempre procurou sobretudo “ir ao encontro das aspirações espirituais dos militares e polícias, mas sem impor nada, sem agredir as convicções ou a falta delas”.
Para o responsável católico, “a assistência religiosa” deve ser acima de tudo “expressão daquele companheirismo de existência, sentido humano integral, ajuda às carências de todo o género, ombro amigo para o desabafo e para o conforto, presença cimentadora dos próprios laços familiares e grupais, auxílio ao comando”.
“E só depois, muito depois é que entra a relação com o sobrenatural”, salientou.
Neste sentido, D. Manuel Linda entende que conseguiu “demonstrar ao Estado laico, e que deve ser isso mesmo, laico – embora respeitador da nação que não é laica -, que é possível cumprir o regime legal e concordatário sem temor”, e ser presença da Igreja Católica no meio militar, da polícia ou da sociedade em geral sem “fazer proselitismo ou impor qualquer género de crença”.
Esta quarta-feira, o bispo vai ser também condecorado pela Força Aérea, cerimónia que o Chefe do Estado-Maior da Força Aérea já definiu como uma nova oportunidade para relevar “as qualidades e virtudes” que D. Manuel Linda sempre demonstrou, nas alturas “mais alegres”, mas também “nos momentos mais difíceis”.
“Recordo o acidente que tivemos no nosso C-130 (ndr. em 2016, na Base Aérea do Montijo) em que sua excelência reverendíssima esteve sempre connosco desde início, dando-nos a sua fé, a sua força”, apontou o general Manuel Teixeira Rolo, que lembrou ainda “o papel relevantíssimo” desempenhado por D. Manuel Linda durante a visita do Papa Francisco a Portugal, em maio de 2017.
A nomeação para bispo do Porto, por parte do Papa Francisco, foi anunciada no último dia 15 de março.
A entrada solene de D. Manuel Linda na diocese nortenha está marcada para dia 15 de abril, na Sé local, às 16h00.
JCP