Jovem Leonor Costa afirma que existem muitas propostas «concorrentes» à catequese, é preciso «continuar a trabalhar»
Fátima, 29 ago 2024 (Ecclesia) – As Missionárias Reparadoras do Sagrado Coração de Jesus estão a acolher, e a coorganizar, uma nova edição do Curso Geral de Catequistas, em Fátima, formação iniciada em 1963 e que se tem adaptado «à situação» em cada tempo.
“Os temas vão sendo também adaptados à situação em que nós vivemos, já houve várias remodelações dos manuais que usamos para o curso, que se chama curso geral, é o curso fundamental”, disse a diretora do Centro Catequético, na valência da formação de catequistas, à Agência ECCLESIA.
Este Curso Geral de Catequistas realiza-se durante “uma semana intensiva”, são duas etapas, de uma semana cada, em dois anos consecutivos, com quatro disciplinas no total, a irmã Raúla Margarida Neves Abreu acrescenta outra que “é muito importante para a formação que é a disciplina da espiritualidade”, que se faz “da experiência” que proporcionam no curso.
“O programa do curso inclui celebrações, tivemos a celebração mariana, e inclui uma vigília de oração, e a oração de Laudes também se faz em conjunto, de maneira que toda essa experiência de oração é a parte que podíamos chamar a formação espiritual do catequista”, desenvolveu a irmã das Missionárias Reparadoras do Sagrado Coração de Jesus.
Bíblico-Teológica e Psicologia evolutiva são as disciplinas do ‘Curso Geral’ 2024, que começou na segunda-feira, dia 26, para além de trabalhos práticos de catequese, e decorre até este sábado, encerra no dia 31 de agosto; em 2025, as disciplinas vão ser Catequética; Pedagogia da fé e trabalhos práticos.
Sobre a parte prática, a irmã Raúla Margarida Neves Abreu exemplifica que já tinham tido, no segundo dia de formação, “uma catequese com crianças”, onde todos participaram, duas catequistas do Centro Catequético preparam uma sessão, com crianças, e iam interagindo com os formandos.
“Iam-nos colocando, digamos assim, numa dimensão espiritual, numa dimensão catequética com as crianças, era como que uma catequese para várias gerações, foi interessante”, realçou a responsável.
Segundo a irmã Raúla Margarida Neves Abreu, a Catequese está, “agora, numa fase excelente”, e destaca o novo itinerário catequético – o ‘Itinerário de Iniciação à Vida Cristã das Crianças e dos Adolescentes com as Famílias’, aprovado pela Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) em 2022, – e os materiais que estão a ser produzidos, como “os manuais”, uma renovação que começou pela adolescência.
“Os adolescentes precisam de novas ofertas, até porque, depois das Jornadas Mundiais da Juventude, eu acho que não acabaram, estão a celebrar o aniversário, nota-se que deixou rastros positivos”, realçou.
À pergunta se os jovens ainda querem ser catequistas, a irmã Raúla Margarida Neves Abreu assinala que está a participar “um grupo de jovens excelentes, de Lisboa, de Leiria, de Setúbal, e dão vida”, para além das “muitas jovens que pertencem às congregações religiosas”. “Está a correr muito bem, sente-se que toda a gente participa, ajudam, estou muito, muito, muito satisfeita, com muita alegria, porque acho que estamos a responder, nós estamos com eles, e eles connosco, não há barreiras, há discípulos de Jesus que querem ser, que são os catequistas e nós também”, acrescentou. A noviça Cristina Joana Manuela Vitorino, da província angolana de Luango, começou por explicar que foram superioras da sua congregação religiosa que propuseram que participasse neste Curso Geral de Catequistas, mas, realçou também que gosta, e no futuro quer “ajudar os catequisandos, as crianças, nas várias missões”. “E durante estes dias tenho aprendido muitas coisas acerca da pessoa de Jesus. É o meu primeiro ano, e temos falado também acerca daquilo que Jesus fez por nós, da sua revelação, da revelação de Deus, do seu amor para connosco”, disse a participante que está em formação nas Irmãs Preparadoras de Nossa Senhora de Fátima. Do Montijo, na Diocese de Setúbal, Leonor Costa começou a “ajudar na Catequese no ano passado, com os meninos pequeninos, do 1.º ano”, e também lhe foi sugerido esta formação de catequistas “para desenvolver mais as capacidades, para estar mais apta a este serviço”. “E também para me sentir mais preparada e mais segura daquilo que estou a transmitir às crianças. Tendo este curso é uma mais-valia para todos; a formação é fundamental, tanto para nos sentirmos seguros, como para realmente aquilo que fazemos ter algum fundamento”, referiu à Agência ECCLESIA. Leonor Costa, ao terceiro dia de formação, explicou que já tinham explorado temas “do âmbito bíblico-teológico”, têm também “alguns módulos de psicologia” e estavam a começar “com a evolução, desde a criança até ao adolescente, e ao adulto”. Para a catequista da Diocese de Setúbal tentar passar aos jovens uma mensagem, competir com as consolas de jogos, com a televisão e com os telemóveis “é um desafio” mas que “é enfrentado com gosto e que não é impossível”. “Realmente existem muitos concorrentes à catequese, mas que eu acredito que não está perdido e não vai estar perdido. E temos é de continuar a trabalhar e é para isso também que estes cursos servem”, concluiu Leonor Costa. Os cursos para Catequistas, intensivos e em regime de internato, tiveram início no verão de 1963. |
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