Igreja/Sociedade: Convento de Balsamão abriu portas a migrantes, com projeto de integração

Projeto recebe 40 pessoas, de várias nacionalidades

Balsmão, 02 out 2025 (Ecclesia) – O Convento dos Padres Marianos da Imaculada Conceição em Balsamão, Macedo de Cavaleiros, é hoje casa de acolhimento para cerca de 40 migrantes e refugiados, num projeto que visa a sua integração na sociedade portuguesa.

O superior do convento, padre Eduardo Novo, descreve este trabalho como “um gesto e um sinal profético” e destaca os migrantes como “mensageiros da esperança”, papel que ganha especial relevo no Jubileu que se assinala entre sábado e domingo, no Vaticano.

Em declarações à Agência ECCLESIA, o religioso explica que o acolhimento assenta em “cinco pilares”: acolhimento, integração, formação, autonomização e acompanhamento da autonomização.

Este acompanhamento vai desde o apoio na saúde, aquisição de documentação, aprendizagem da língua portuguesa e cultura local, até a inserção no mercado de trabalho, com parcerias espalhadas que incluem universidades e empresas.

“Mais do que abrigo, é capacidade de acolher, de integrar e de ajudar a encontrar horizontes de vida, horizontes de esperança”, afirma o sacerdote.

O convento tem acolhido migrantes e refugiados de vários países, promovendo um esforço para que se sintam construtores da sua própria vida, inseridos na comunidade local.

“O que tem sido a nossa grande preocupação e a grande sensibilidade é que mesmo os espaços em que eles possam trabalhar e possam viver seja integrado na nossa região, no nosso território”, indica o padre Eduardo Novo.

Em 2022, a Segurança Social convidou os religiosos marianos a acolher um grupo de migrantes, dando início a uma história que cruza nacionalidades, crenças e histórias de vida.

“Somos ombros, braços, mãos e pés que ajudam as pessoas a crescer, a caminhar, a encontrar o seu papel e a sua missão na construção do mundo e da sociedade. E a grande gratificação que existe é o sorriso que na vida de cada um”, refere.

Apesar das diferenças religiosas e culturais, “no geral não há grandes dificuldades”, como explicita Susana Magalhães, coordenadora da estrutura de acolhimento.

Migrantes e refugiados partilham refeições e espaços comuns numa convivência que constrói “uma casa de afetos”.

O processo começa em Lisboa, onde os migrantes fazem o pedido de proteção internacional na AIMA, que depois os encaminha para várias estruturas de acolhimento, incluindo o Convento de Balsamão.

O espaço procura ir além do alojamento, ajudando para que os migrantes já possam desde logo “definir um projeto de vida”, seja familiar, educacional ou profissional.

Achamos que eles precisam de um tempo de permanência em Portugal que lhes permita aprender a estar e aprender a estar com um português e a sentir-se bem e a sentir-se integrados.”

Foto: Agência ECCLESIA

No convento, há grupos da Ásia e da América, com mudanças relativamente a anos anteriores.

“Neste momento estamos a ter um novo fenómeno migratório com gente mais qualificada, mais capacitada”, explica Susana Magalhães.

Duas crianças frequentam a escola primária de Chacim, outras quatro estudam no secundário em Macedo de Cavaleiros, e alguns migrantes têm acesso a cursos profissionais e ao Ensino Superior.

Os Padres Marianos da Imaculada Conceição estão no Convento de Balsamão, na Diocese de Bragança-Miranda, desde 1954, após o frei Casimiro Wysiynski ter fundado a congregação em Portugal no mesmo “monte sacro”, em 1754.

CB/OC

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