Bartolomeu I reforçou receber o Papa Leão XIV no Patriarcado Ecuménico e em Niceia, na Turquia

Cidade do Vaticano, 27 ago 2025 (Ecclesia) – O patriarca ecuménico de Constantinopla (Igreja Ortodoxa), Bartolomeu I, lamentou que “existem muitas guerras no mundo” e realça que é necessário “testemunhar uma firme vontade de justiça”, lembrando a declaração conjunta dos Patriarcas de Jerusalém sobre Gaza.
“Infelizmente, existem muitas guerras no mundo, frequentemente distantes do interesse da grande media internacional”, disse Bartolomeu I, aos meios de comunicação do Vaticano, em Rimini (Itália).
O patriarca ecuménico de Constantinopla (Igreja Ortodoxa) lembrou a “guerra fratricida” na Ucrânia, “escândalo para o mundo cristão, e sobretudo ortodoxo”, e “Gaza e todo o Oriente Médio”, onde interesses “alheios às necessidades das populações locais” empurram não para o caminho da paz justa, “mas para a continuidade de uma guerra dilacerante e desumana”.
“Como cristãos, temos a necessidade de fazer ouvir nossa voz, unidos. Devemos também testemunhar uma firme vontade de justiça, porque sem justiça não há paz””, salientou Bartolomeu I, que destacou a declaração conjunta dos patriarcas Greco-Ortodoxo e Latino de Jerusalém onde afirma que “não pode haver futuro no cativeiro, na deslocação de palestinianos, ou na vingança”.
O patriarca Grego-Ortodoxo de Jerusalém, Teófilo III, e o patriarca Latino de Jerusalém, cardeal Pierbattista Pizzaballa, informaram que os padres e as freiras das respetivas paróquias em Gaza vão continuar a apoiar a população que se refugiou nos seus complexos, e alertam que “já houve devastação suficiente, nos territórios e na vida das pessoas”, no documento publicada esta terça-feira.
O Papa Leão XIV uniu-se também à declaração conjunta dos patriarcas de Jerusalém, na audiência geral publica desta quarta-feira, e dirigiu um “forte apelo” às partes envolvidas e à comunidade internacional, “para que se ponha um fim ao conflito na Terra Santa”.
O patriarca ecuménico de Constantinopla (Igreja Ortodoxa) participou num encontro sobre o Concílio de Niceia, “uma pedra angular para toda a história do cristianismo”, no Meeting de Rimini (Itália), a 46ª edição do Encontro pela Amizade entre os Povos do movimento ‘Comunhão e Libertação’ que recebeu uma mensagem do Papa.
O Concílio de Niceia teve a missão de preservar a unidade da Igreja, perante correntes teológicas que negavam a plena divindade de Jesus Cristo e a sua igualdade com o Pai, reunindo cerca de 300 bispos, convocados pelo imperador Constantino, a 20 de maio do ano 325.

“O Concílio desperta os cristãos das Igrejas do nosso tempo para o facto de que Cristo é verdadeiramente o Logos que se fez carne, luz da luz, Deus verdadeiro de Deus verdadeiro, Homoousios, da mesma substância do Pai; é dessa verdade que deriva toda a nossa ação para o presente e para o futuro”, desenvolveu.
Bartolomeu I espera receber o Papa Leão XIV no Patriarcado Ecumênico, na Turquia, “na sua primeira viagem internacional”, e também em Niceia, onde testemunharão a “firme convicção de prosseguir no diálogo ecuménico e no compromisso das Igrejas diante dos desafios globais”.
“Em Niceia decidiu-se que era importante testemunhar a Ressurreição de Cristo no mesmo dia, em todo o mundo então conhecido. Circunstâncias históricas diversas, infelizmente, contrariaram o que havia sido estabelecido pelo Concílio. Todos estamos dispostos a ouvir o Espírito, que cremos ter-nos indicado, justamente neste ano, quão fundamental é unificar a data da Páscoa”, acrescentou o patriarca ecuménico de Constantinopla, citado pelo ‘Vatican News’.
CB/PR