Organização católica foi a única instituição distinguida na cerimónia das Insígnias Honoríficas Madeirenses 2025

Câmara de Lobos, Madeira, 03 jul 2025 (Ecclesia) – O Centro Social e Paroquial de Santa Cecília, na Diocese do Funchal, está a celebrar 30 anos de serviço à população de Câmara de Lobos e da Ilha da Madeira, e recebeu a Insígnia Autonómica de Bons Serviços.
“Ao longo do tempo é de louvar esta obra porque tudo foi feito e foi tudo sendo pontuado consoante as necessidades da comunidade e as necessidades da época. Nada foi feito ao acaso, mas foi tudo sempre pensado como melhor servir a pessoa, a comunidade”, disse o atual presidente da instituição católica madeirense, esta quinta-feira, 3 de julho, em declarações à Agência ECCLESIA.
O Centro Social e Paroquial de Santa Cecília celebra 30 anos de atividade em 2025, foi fundado a 22 de novembro de 1995, e, segundo o padre Paulo Cunha Silva, “foi uma mais-valia para a comunidade local”, e é de louvar a iniciativa do padre Francisco Caldeira “que teve esta visão, também olhando e escutando a voz do povo”, em concreto, e está documentado, de uma senhora do bairro que lhe disse ‘faça alguma coisa por esta gente’, “olhando os problemas, sobretudo, sociais da época, familiares”.
Com 45 funcionários, as várias valências desta instituição, desde a infância à terceira idade, e outros serviços, têm cerca “de 400 pessoas”, e, na sua área de ação, o sacerdote madeirense identifica alguns problemas concretos, em áreas onde tentam intervir, das crianças aos idosos e toxicodependência, “um dos maiores, talvez seja a área da toxicodependência”, “na ilha alguns pontos já se tornam dramáticos”.
“Nós procuramos apoiar e, sobretudo, encaminhar para novos caminhos, porque o vício é muito complicado, eles têm muita dificuldade em sair daquele mundo, e depois também a comunidade que os envolve, seja familiar, seja de amigos, de conhecidos, muitas vezes, não permite sair de vez, vão tendo recaídas constantes, mas talvez esse seja um dos problemas que nós vamos auxiliando”, disse o presidente do Centro Social e Paroquial de Santa Cecília.
Segundo o entrevistado, pároco de Santa Cecília, outra “preocupação” é apoiar as crianças que têm o ATL, porque “as crianças também, muitas vezes, têm projetos, pouco fundamento e querem deixar de estudar”, neste sentido o Centro Social e Paroquial incentiva-os a continuarem os seus estudos “para depois serem pessoas importantes também na nossa sociedade”, já com os idosos, nesta “comunidade muito jovem”, e têm “situações pontuais” de receberem dos arredores, as preocupações são com os que têm “alguma dificuldade na movimentação, com alguma demência”, que acolhem no centro de dia e procuram “dar o máximo por eles”, mas há situações em que precisam de “um acompanhamento maior, mais constante”, e, “com a falta de recursos”, nem sempre dão “100%, mas 70%”.
“Nós temos recursos, por vezes, são poucos, talvez precisávamos mais de 2 ou 3 funcionários naquela área, mas não podemos porque, depois, não temos capacidade para financiar para pagar um ordenado, porque também dependemos, claro, da ajuda externa que, é sobretudo da Segurança Social”, acrescentou o padre Paulo Cunha Silva.
Esta instituição em Câmara de Lobos não limita o seu serviço à sua comunidade, ao âmbito paroquial, ou ao concelho, e já teve projetos que foram abrangendo o resto da Ilha da Madeira, com as suas muitas valências: Infantário (Creche e Jardim de Infância); Centro de Dia; Atividades de Tempos livres (ATL da Palmeira); Centro Comunitário “Integrar e Desenvolver”; Centro de Atividades e Tempos Livres (CATL); Serviço de Catering Santa Cecília; PEA – “Programa de Emergência Alimentar”.
O ‘Serviço de Catering’ “já existe há algum tempo”, o Centro Social e Paroquial de Santa Cecília tem a “missão de servir as refeições a algumas associações, algumas valências”, um serviço que ajuda também a “colmatar algumas dificuldades”, para além de “apoiar o centro de dia nas refeições com os idosos”.
O padre Paulo Cunha Silva recorda também o número de pessoas apoiadas “depende dos programas” que vão abraçando, atualmente são 400 mas já tiveram mais, e recorda sobre a questão alimentar que desenvolveram “um grande trabalho”, por exemplo, no tempo da pandemia do coronavírus Covid-19, apoiaram “muitas famílias, abrangendo ao resto da ilha”, porque foram “o ponto de distribuição da organização”.
CB/OC