Antigo presidente da organização católica foi «um dos grandes especialistas portugueses na área da política social e do voluntariado»
Lisboa, 02 ago 2021 (Ecclesia) – A Cáritas Portuguesa afirma que Acácio Catarino, que faleceu hoje 86 ano e foi seu presidente de 1982 a 1999, foi um dos “grandes especialistas” nacionais “na área da política social e do voluntariado”.
“Deixa um contributo para o pensamento social português, vincado nas diferentes responsabilidades que foi assumindo ao longo da sua vida”, salienta a instituição numa nota enviada à Agência ECCLESIA.
Acácio Catarino foi presidente da Cáritas Portuguesa durante 17 anos, entre os anos de 1982 e 1999, e a organização, que “recebeu com tristeza a notícia do falecimento”, destaca a marca que deixa na sua história.
“Foi um dos grandes especialistas portugueses na área da política social e do voluntariado; Para a Igreja Católica deixa também um testemunho de grande humanismo tendo sido uma voz de rigor e defesa determinada dos direitos humanos”, desenvolveu a Cáritas Portuguesa.
Eugénio Fonseca, por seu lado, destaca em declarações à Agência Ecclesia a “integridade exemplar e a vida na simplicidade e de uma grande compreensão dos outros, independentemente do que pudessem pensar”, por parte de Acácio Catarino
Sucessor de Acácio Catarino na direção da Cáritas Portuguesa, em 1999, Eugénio Fonseca afirma que Acácio Catarino “foi um herói”, que “durante muitos anos conseguiu sustentar praticamente sozinho a dimensão” da organização.
“Eu disse, no dia em que tomei posse, que a Cáritas já estava pensada para muitos e largos anos, porque ele me deixou este legado. E aceitou colaborar comigo desde a primeira hora até à minha saída. Foi um colaborador inexcedível. Se alguma coisa fiz na Cáritas, também se tem de atribuir à sua participação”, recordou.
Eugénio Fonseca disse que o antigo dirigente da Cáritas agora falecido era “profundamente inteligente” e tinha “uma capacidade singular para dar densidade àquilo que pensava e ouvia dos outros através das sínteses que fazia.
“Ouso sintetizar a vida dele nas palavras serviço, pluralidade, compreensão e crente encarnado”, sublinhou.
Eugénio Fonseca disse que Acácio Catarino sempre foi um “colaborador credível” da Igreja Católica em Portugal, “empenhado e de uma disponibilidade exemplar”.
“A Igreja em Portugal, com a partida dele, fica com um património de pensamento, um testemunho de ação que seria desejável fazer agora uma compilação de tudo o que ele pensou e deixou escrito para que continuássemos a aproveitar o muito que ficou por fazer, apesar das propostas que não se cansava de nos aproveitar”, afirmou.
Em declarações à Agência ECCLESIA, D. José Traquina, presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana, disse que a Igreja Católica em Portugal expressa a “profunda gratidão” pelo trabalho realizado por Acácio Catarino e pela “memória” que deixa de compromisso social que coloca o “interesse pelo bem de todos” em primeiro lugar.
Na sua nota, a Cáritas Portuguesa recorda ainda que o seu antigo presidente desempenhou várias funções em diferentes quadrantes na sociedade, como cargos políticos onde se destacaram o papel de consultor da Casa Civil do Presidente da República (2001 a 2006) e de presidente da comissão executiva do Instituto do Emprego e Formação Profissional, e desempenhou também um “papel fundamental” no Conselho Nacional para a Promoção do Voluntariado.
Licenciado em Sociologia, Acácio Catarino foi docente de Serviço Social e Desenvolvimento Local, na Universidade Católica Portuguesa, de Admnistração Social, no ex-Instituto Superior de Serviço Social de Lisboa e na área do emprego e dos recursos humanos, no ISCTE.
Acácio Catarino foi colaborador regular da Agência ECCLESIA e da imprensa regional nas temáticas da Doutrina Social da Igreja, nomeadamente o emprego, formação profissional e desenvolvimento social.
PR/CB
