Igreja/Sociedade: Cáritas Internacional pede mecanismos de proteção dos migrantes

«Não podemos continuar a olhar para o outro lado ou a testemunhar o cenário triste e ignóbil de governos transferindo responsabilidades» – Aloysius John

DR (arquivo)

Cidade do Vaticano, 28 abr 2021 (Ecclesia) – A Cáritas Internacional condena a “indiferença e a falta de vontade política” que levou à morte de mais de 130 migrantes no Mediterrâneo, na costa da Líbia, e pede mecanismos para proteger os “direitos e a dignidade dos migrantes”.

“Não podemos continuar a olhar para o outro lado ou a testemunhar o cenário triste e ignóbil de governos transferindo responsabilidades uns para os outros em detrimento de vidas humanas, cujo valor parece não existir hoje”, disse Aloysius John, secretário-geral da organização católica, num comunicado enviado hoje à Agência ECCLESIA.

Para este responsável, o “momento de vergonha”, como definiu o Papa Francisco o novo naufrágio no Mediterrâneo onde morreram 130 migrantes, ao largo da costa da Líbia, deve ser seguido pelo momento da “vontade política, acolhimento, legalidade e ação”.

“Todos devemos sentir-nos responsáveis ​​e não esquecer que estes migrantes deixaram os seus países, pelas consequências da nossa sociedade moderna e injusta, que não lhes permite viver com dignidade na sua pátria», acrescentou Aloysius John.

A Cáritas Internacional pede a implementação de “mecanismos para proteger os direitos e a dignidade” dos migrantes ao longo do seu percurso, para garantir rotas de migração seguras e legais e para “intensificar o apoio às comunidades locais”, nos países de origem, para que as pessoas não sejam forçadas a migrar.

A quem tem a responsabilidade de tomar decisões, a organização católica pede também que façam “tudo” o que for possível para receber os migrantes “com dignidade” e como “vítimas da exploração moderna e da corrupção”.

A Cáritas Internacional pede também que a ajuda internacional promova “microprojetos comunitários sustentáveis”, ​​para permitir a prevenção da migração como meio de sobrevivência, e que se dê “amplo apoio” às ONGs (organizações não-governamentais) envolvidas no acolhimento e acompanhamento dos migrantes para que continuem a sua missão.

Segundo a confederação da Cáritas, uma solução “sustentável e duradoura”, para prevenir estas tragédias, não pode ser encontrada sem “vontade política” para desenvolver os países menos desenvolvidos, e sem que todos os esforços sejam “empreendidos para promover a democracia através da participação popular”.

A nota de imprensa lembra que a organização atua nos países de origem dos migrantes e promove programas destinados a “erradicar as causas da migração”.

Ao longo dos percursos migratórios, A Cáritas Internacional também os migrantes, “dando-lhes comida e água, um lugar para ficar, apoio psicológico” e informações sobre os seus direitos e os riscos, para além do acolhimento nos países de chegada, “ajudando-os integrarem-se”.

CB

 

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Agência ECCLESIA

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