D. Manuel Clemente espera diálogo «sereno e humanizador» e lamenta «falta de resposta» para situações de sofrimento
Fátima, Santarém, 04 abr 2016 (Ecclesia) – O cardeal-patriarca de Lisboa recordou hoje em Fátima que a Igreja Católica recusa a eutanásia como solução para situações de sofrimento, recordando a recente nota pastoral da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) a este respeito.
“Alertamos para que, com uma hipotética legalização da eutanásia, que de todo rejeitamos, «há o sério risco de que a morte passe a ser encarada como resposta a essas situações”, disse D. Manuel Clemente na abertura dos trabalhos da Assembleia Plenária da CEP.
A 14 de março, o Conselho Permanente da CEP divulgou a nota pastoral intitulada ‘Eutanásia: o que está em causa? Contributos para um diálogo sereno e humanizador’.
D. Manuel Clemente realçou a necessidade de intervir no debate atual na sociedade portuguesa em torno deste tema, para promover “um diálogo sereno e humanizador”.
“Não nos alheamos do sofrimento de muitos e da falta de resposta que ainda encontra, por carências de várias ordem, que podem e devem ser colmatadas”, acrescentou.
Citando a referida Nota Pastoral, o presidente da CEP sustentou que “não se elimina o sofrimento com a morte: com a morte elimina-se a vida da pessoa que sofre”.
Com a legalização da eutanásia, assinalou, a” solução não passaria por um esforço solidário de combate à doença e ao sofrimento, mas pela supressão da vida da pessoa doente e sofredora, pretensamente diminuída na sua dignidade”.
O Conselho Permanente da Conferência Episcopal Portuguesa divulgou também um conjunto de 26 questões sobre temas ligados à eutanásia e ao fim da vida, acompanhando a Nota Pastoral, em que se questiona o “absurdo” de um “direito” a morrer.
A 189ª Assembleia Plenária da CEP, órgão máximo do episcopado católico, conclui-se esta quinta-feira, com a apresentação aos jornalistas do comunicado final e dos documentos aprovados pelos bispos, às 14h30.
OC