Igreja/Sociedade: Bispo do Porto defende que Ano Jubilar «tem de deixar marcas»

D. Manuel Linda alerta para efeitos da perda dos «valores da família de Nazaré»

Foto: Miguel Mesquita/Diocese do Porto

Porto, 30 dez 2024 (Ecclesia) – O bispo do Porto disse, na abertura diocesana do Jubileu 2025, que “este ano tem de deixar marcas”, nomeadamente “na família, célula das células da Igreja e da sociedade”, na celebração que presidiu este domingo, na Sé.

“Irmãs e irmãos, este ano tem de deixar marcas. Deve constituir como que o início de uma renovação da nossa existência vivida na responsabilidade, na doação, na generosidade, na esperança e na assunção das exigências da nossa fé”, explicou D. Manuel Linda, na homilia enviada à Agência ECCLESIA.

A Igreja Católica celebrou, este domingo, a Festa da Sagrada Família de Jesus, Maria e José, e, segundo o bispo do Porto, este ano tem de “deixar marca na família, célula das células da Igreja e da sociedade”, salientando que “o mundo pode experimentar as novidades, modas, alternativas que quiser”, mas, tem de saber “viver os valores da unidade, indissolubilidade, ternura, generosidade e altruísmo, como na família de Nazaré”.

“Ficará sem âncoras de futuro e sem o maior dos amortecedores dos choques pessoais, infelizmente tão presentes. E o resultado é a perda de sentido, o desinteresse social, as dependências, o individualismo, a agressividade, enfim, a desestruturação”, alertou.

As dioceses católicas de Portugal assinalaram, em todas as catedrais, o início do Jubileu 2025, este domingo, dia 29 de dezembro, conforme determinado pelo Papa na bula ‘Spes non confundit’ (A esperança não desilude), com a celebração da Missa, segundo o ritual preparado pela Santa Sé; Francisco, na Missa da Noite do Natal, deu início ao 27.º Jubileu ordinário da Igreja Católica, dedicado ao tema da esperança, com a abertura da Porta Santa da Basílica de São Pedro.

O bispo do Porto referiu que, neste ano, para não perderem “os objetivos nem a meta, que é Deus”, precisam de agarrar os sinais que os orientem, “em primeiro lugar, fazer muitas vezes a Profissão de Fé ou recitação do Credo”, para não trocarem “a fé da Igreja por outras espiritualidades inquinadas”, depois o exercício da caridade, o Sacramento da Penitência e valorizar a indulgência plenária.

O responsável diocesano anunciou “uma grande peregrinação a Fátima” da Diocese do Porto, em setembro de 2025, lembrando que ao longo do ano, “muitos irão a Roma para atravessarem as várias portas santas”.

“A peregrinação é, de facto, um dos elementos mais poderosos para promover o desejo de superação e alimentar a espiritualidade. Sem negar que se possam fazer caminhadas por outros motivos, a peregrinação é um ato sobremaneira religioso: é sempre a saída da nossa zona de conforto e do nosso autoisolamento para nos fazer penetrar no umbral do sagrado, no pórtico do acesso a Deus”, explicou D. Manuel Linda, sobre um fenómeno antropológico “presente em toda a história e civilizações” e que, nesta “época de um certo afrouxamento religioso ressurge como pequena semente”.

A imagem do Cristo Crucificado que foi carregada em procissão é do espólio do Cabido Portucalense, tendo estado em exposição no Museu do Cabido até domingo.

A abertura do Ano Santo 2025, o 27.º jubileu ordinário da história da Igreja Católica, na Diocese do Porto começou com uma concentração na igreja de Santo Ildefonso, de onde saíram em peregrinação para a Sé, os jovens levaram a cruz de Cristo que vai ficar em exposição na catedral durante este ano.

A Diocese do Porto informa que no final da Eucaristia, que teve a presença dos bispos auxiliares D. Vitorino Soares, D. Joaquim Dionísio e D. Roberto Mariz, sacerdotes, diáconos, e fiéis, foram entregues os decretos que constituem as 25 Igrejas de Peregrinação Jubilar nesta diocese, para além da Sé.

CB/OC

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Agência ECCLESIA

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