Renúncia quaresmal do Ordinariato Castrense vai ajudar projeto solidário em Moçambique
Lisboa, 12 fev 2018 (Ecclesia) – O bispo das Forças Armadas e de Segurança sublinha na sua mensagem para a próxima Quaresma o “renascer religioso” na sociedade, particularmente entre os mais jovens.
“Muitos dos que julgávamos indiferentes estão a refutar a aridez religiosa da sociedade, a questionar o seu lugar no mundo e a regressar à pergunta sobre Deus e sobre a meta da existência”, refere D. Manuel Linda, num texto divulgado pela página do Ordinariato Castrense.
O responsável diz ser “testemunha deste renascer religioso”.
“Tenho encontrado imensa gente que, com toda a naturalidade, conjuga alegria de viver, responsabilidade social e plena adesão à fé e aos valores que dela provêm. São pessoas de todas as idades. Mas chama mais a atenção quando se trata de jovens”, relata.
Projetando o período de preparação para a Páscoa, D. Manuel Linda recorda os “três meios” tradicionalmente propostos pela Igreja Católica, “oração, penitência, esmola”.
“A penitência passa por formas de autocontrole que a nossa consciência nos dite, mas procure-se valorizar os pequenos gestos, por vezes difíceis, para com aqueles com quem convivemos, especialmente a família e os camaradas de trabalho. A esmola revela um coração magnânimo e exprime uma certeza de fé: ricos e pobres, somos todos irmãos porque filhos queridos do mesmo Pai amoroso que é Deus”, precisa.
O bispo das Forças Armadas e de Segurança adianta, a este respeito, que após consulta a todos os capelães e outras estruturas de participação, se decidiu que em 2018, 25% do montante recolhido com a “renúncia quaresmal” vai ser entregue à Capelania Mor “para acorrer a eventuais necessidades pontuais urgentes que surjam entre os militares e polícias”.
Os outros 75% vão seguir para Moçambique, “especialmente por intermédio da associação AFIM” (Ajuda Fraterna à Ilha de Moçambique – afimportugal.org), fundada por um capelão militar.
“Esta meritória associação possui as seguintes valências: um lar para os mais pobres, nove “escolinhas”, centro de encaminhamento (e pagamento) em caso de cirurgias urgentes, apoio social direto de alimentação e vestuário, apoio a estudantes e universitários e formação de professores”, elenca D. Manuel Linda.
O prelado encerra a mensagem com votos de que esta Quaresma seja “um tempo de profundo aquecimento do coração”, com atenção a Deus e ao próximo.
A Quaresma é um período marcado por apelos ao jejum, partilha e penitência, que começa na Quarta-feira de Cinzas, este ano a 14 de fevereiro, e serve de preparação para a Páscoa, a principal festa do calendário cristão.
OC