Religiosa das Franciscanas Missionárias de Nossa Senhora acompanha movimento «Giofrater»
Porto, 02 jun 2017 (Ecclesia) – A irmã Ana Paula Conceição, assistente do movimento juvenil ‘Giofrater’, ligado às Franciscanas Missionárias de Nossa Senhora, afirma que os jovens “são muito inquietos e nada conformados” com desejo de uma Igreja “aberta a todos, essencialmente à diferença”.
“Os jovens de hoje, e aqueles que vou contactando, são muito inquietos e nada conformados, têm o desejo de algo grande, de ideais e são muito disponíveis e envolvidos naquilo que sentem que é justo e é bom para todos”, disse à Agência ECCLESIA.
Numa época em que os jovens estão “muito dispersos” pelas redes sociais e têm diversas “solicitações e oportunidades” na sua vida, a religiosa considera que a dispersão “cria maior dificuldade” que a juventude perceba “o seu espaço na Igreja, como Igreja e o seu envolvimento na mesma”.
“Aqueles com quem vou contactando têm muitos compromissos eclesiais e muito desejo de uma Igreja aberta a todos e, essencialmente, à diferença, ai são muito sensíveis”, acrescenta.
A irmã Ana Paula Conceição é assistente do ‘Giofrater’, movimento juvenil ligado às Franciscanas Missionárias de Nossa Senhora, refere que o “testemunho de vida” com conteúdo é o mais importante e explica que têm atividades onde os jovens são desafiados a “convidar amigos” que podem não ter vida eclesial.
“Quando conseguem trazer um ou outro eles percebem que a mensagem passa mais porque trouxeram-nos para estar, para ver, e alguns sentem que faz sentido, outros continuam sem contexto de Igreja e envolvimento”, desenvolve.
Para a religiosa a pastoral é feita também “muito tu a tu, não é uma coisa de massas”, como é óbvio não vão a uma universidade e envolver todos de uma vez mas é preciso um contato que “personaliza muito a presença de Jesus na vida de cada um”.
O Papa Francisco convocou para outubro de 2018 a 15.ª assembleia geral ordinária do Sínodo dos Bispos dedicada ao tema ‘Os jovens, a fé e o discernimento vocacional’.
A irmã Ana Paula Conceição explica que a reunião dos bispos é uma oportunidade que começa já na sua preparação, porque os documentos e trabalhos preparatórios que já estão com os jovens ajudam-nos “a pensar na sua realidade” e à própria Igreja “como pode estar com” porque “trata-se sempre de caminhar em comunhão”.
“É importante não apontarmos só os erros dos jovens e da juventude e os problemas que têm, que têm muitos como em todas as épocas mas olhar o quanto de positivo têm e podem dar à Igreja e como Igreja e comprometer no que a Igreja tem como missão”, desenvolve.
A partir da sua experiência destaca que os jovens “estão muito abertos” ao voluntariado, à ação pastoral e na entrega aos outros, “são muito disponíveis” e a Igreja também tem espaço e cria nas comunidades “locais de abertura à mudança”.
“Têm horizontes diferentes e capacidade de tolerância e abertura muito maior”, realçou a entrevistada sobre os jovens, identificando também “desafios” como a falta de emprego, “não terem facilidades para dar resposta, fazem um curso e não têm saída para essa formação em Portugal”.
A religiosa salienta que os jovens são “muito audazes”, aventuram-se pelo mundo à procura de oportunidades, são “empreendedores” e “muito capazes de se dar e construir coisas novas”.
O Sínodo dos Bispos pode ser definido, em termos gerais, como uma assembleia consultiva de representantes dos episcopados católicos de todo o mundo, a que se juntam peritos e outros convidados, com a tarefa ajudar o Papa no governo da Igreja.
LS/CB