Igreja: Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura sublinha «humanismo cristão» de Leonor Beleza

Presidente da Fundação Champalimaud e antiga ministra da Saúde recebe esta sexta-feira o «Prémio de Cultura Árvore da Vida – Padre Manuel Antunes»

Foto Fundação Champalimaud

Lisboa, 23 out 2025 (Ecclesia) – O Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura (SNPC) destacou o “humanismo cristão” de Maria Leonor Beleza, presidente da Fundação Champalimaud, a quem atribui, esta sexta-feira, o “Prémio de Cultura Árvore da Vida – Padre Manuel Antunes”, em Lisboa.

Isabel Alçada Cardoso, diretora do SNPC, destaca que o objetivo da distinção, concedida desde 2005, é premiar “a excelência de personalidades, percursos e obras que refletem o humanismo e a experiência cristã no mundo contemporâneo” e que a “vida”, “obra” e “presença pública” de Leonor Beleza refletem isso mesmo.

“Quisemos também dar como título a esta cerimónia de entrega «A política como instrumento de construção da ‘cultura do encontro’ através do diálogo e da amizade social». Expressa bem tudo aquilo que Leonor Beleza fez, produziu, os órgãos que chefiou, as responsabilidades e o que tem feito e que continua a fazer”, assinalou.

O Padre Manuel Antunes (Sertã, 1918 – Lisboa, 1985), jesuíta, é quem serve de inspiração a este prémio, porque, na sua multíplice atividade de universitário, crítico e ensaísta, buscou, incansavelmente, colocar em diálogo a Fé e a Cultura.

“E eu nunca me cruzei com ele, mas aquilo que ouço dos vários testemunhos é que, de facto, as suas aulas eram absolutamente entusiasmantes e as salas estavam sempre cheias”, realça Isabel Alçada Cardoso, sublinhando “o seu conhecimento de cultura clássica e o seu conhecimento de cristianismo”.

“Não é possível pensar o cristianismo sem pensar na cultura, porque Cristo entrou na história e entrou na história numa cultura, numa geografia concreta, que depois se foi alastrando a todo o orbe”, referiu.

Segundo a diretora do SNPC, a figura do padre Manuel Antunes “é profundamente inspiradora até para a atividade do próprio Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura, porque é um olhar que abraça crentes e não crentes”.

Na linha do sacerdote jesuíta, também os premiados são divulgadores e concretizadores do Evangelho que, segundo Isabel Alçada Cardoso, “não é uma teoria, não é uma ideia, é uma vida que se propõe, a vida de Cristo, e essa vida propõe-se hoje na história, através da Igreja”.

“E estas vidas, não estamos a falar em canonização, portanto, não estamos a falar vidas modulares de santidade, mas vidas concretas, e no caso de Maria Leonor Beleza, com presença na sociedade, na sociedade onde é fundamental esta atividade política, política no sentido mais pleno do termo”, ressaltou.

Isabel Alçada Cardoso, diretora do Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura

A cerimónia de entrega do prémio realiza-se entre as 18h e as 20h, no Auditorium do Centro Champalimaud, em Lisboa, iniciando-se com uma saudação inicial, seguida de uma conversa com Guilherme d’ Oliveira Martins e Isabel Mota, moderada por Raquel Abecasis.

Após a intervenção de Maria Leonor Beleza, acontece a Leitura da Ata de atribuição do Prémio e Laudatio, por José Carlos Seabra Pereira, anterior diretor do SNPC e que fez parte do júri do prémio.

A sessão encerra com uma palavra do D. Nuno Brás, bispo do Funchal e presidente da Comissão Episcopal da Cultura, Bens Culturais e Comunicações Sociais.

“A entrada é livre”, assegura Isabel Alçada Cardoso, indicando que “são todos bem-vindos”.

Atualmente presidente da Fundação Champalimaud, Maria Leonor Beleza foi ministra da Saúde (1985-90), deputada (1991-94) e vice-Presidente da Assembleia da República (2002-05) e é, desde 2008, membro de Conselho de Estado.

Na sua atividade política e cívica “cedo elegeu como áreas privilegiadas de vocação e convicção o conhecimento e a dignificação da Condição Feminina e a estruturação e a eficiência dos sistemas de Saúde”, atuando “sobre a primazia da Educação e da consequente emancipação da consciência crítica”, assinala a Ata de Justificação do prémio, citado pela SNPC.

O documento acrescenta que, licenciada em Direito, Maria Leonor Beleza foi “ao longo de meio século de regime democrático figura de relevo”, ao liderar e integrar “organismos em sucessivas instâncias e em decisivos processos normativos e executivos”.

É ainda salientada a “lúcida determinação” com que assumiu as funções de Ministra da Saúde, e, depois, a “condução inovadora e generosa da Fundação Champalimaud”, a par da “ação de solidariedade social e de direção cultural no âmbito de outras instituições”.

O Prémio Árvore da Vida – Padre Manuel Antunes destaca anualmente, desde 2005, a excelência de personalidades, percursos e obras que refletem o humanismo e a experiência cristã no mundo contemporâneo, sendo Leonor Beleza a figura distinguida referente ao ano de 2023.

HM/LJ/OC

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