Encontro da Pastoral Social dedicado à pergunta «a paróquia ainda é um lugar de proximidade?»
Lisboa, 04 set 2018 (Ecclesia) – O secretário da Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana afirma que para uma “paróquia nova” é preciso apostar “numa desclericalização da Igreja”.
“[Desclericalização] às vezes não é fácil porque são os leigos os primeiros clericais, tudo em regime de andarem em conjunto, sinodalidade, não só em termos operativos mas tb decisão, pensar, organizar a vida e respirar a paroquia”, disse o padre José Manuel Pereira de Almeida, em declarações à Agência ECCLESIA.
‘A paróquia ainda é um lugar de proximidade?’ é o tema do encontro que a Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana promove nos próximos dias, no Steyler Fátima Hotel, em Fátima, até ao dia 6 de setembro.
O sacerdote lembra que a paróquia “não existiu desde sempre nas comunidades cristãs” e que no encontro vão “revisitar essa tradição” que pode estar “para mudar”.
“Não é neste encontro que vamos dizer sim ou não. É para nos inquietar acerca de que proximidade somos capazes”, observa o secretário da Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana.
O padre José Manuel Pereira de Almeida destacou que essa mesma mobilidade “é um dado novo” mas a reflexão sobre o ponto de vista pastoral “é um tema com décadas, até com a possibilidade de novas imagens, novas dinâmicas da paróquia”.
Neste âmbito, o encontro da Pastoral Social vai começar com a reflexão ‘Colégio de Paróquias: Uma renovação de mentalidades’ pelo padre Tiago Freitas, da Arquidiocese de Braga, e o entrevistado realça também que existem as unidades pastorais em curso em muitas dioceses.
“Há a possibilidade de pensar de forma diferente as paróquias tradicionais”, salienta.
No encontro que vai começar esta tarde em Fátima, vão focar-se nas questões sociais, e o sacerdote lembra que no ano passado perceberam como “a rede fina das paróquias é lugar de proximidade”, como quando acontecem, “infelizmente, catástrofes ou desastres, a rede eclesial é a paroquial o que é muito significativo”.
“Quando se retiram estruturas da rede do Estado dos lugares pequeninos nós, enquanto comunidade cristã, estamos lá e é isso que se pretendia: Entusiasmar as pessoas para estarem atentas e se fazerem próximas no sentido da parábola do bom samaritano”, desenvolveu.
Do programa, o padre José Manuel Pereira de Almeida destaca que esta quarta-feira de manhã vão ter como exemplo de proximidade “a experiência na Paroquia de Carnaxide, no Patriarcado de Lisboa, e um tempo de estudo sobre “problemas sociais do envelhecimento”, uma “sensibilidade de perceber como em situações novas as pessoas não podem ficar esquecidas”.
Já durante a tarde, do dia 5 de setembro, os participantes vão ouvir testemunhos sobre a Pastoral a Pessoas com Deficiência, a Pastoral Penitenciária e a Pastoral da Saúde, como “aspetos práticos da proximidade da paroquia”.
O secretário da Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana lembra também a conversão da paroquia que “o Papa Francisco propõe de uma maneira muito diluída mas muito convicta”, de uma Igreja “centrifuga” que leva o Evangelho aos lugares onde as pessoas estão, “não em termos de proselitismo, mas de boa notícia, Boa Nova”.
PR/CB