Serviço Pastoral a Pessoas com Deficiência foi criado em 2010
Braga, 03 dez 2016 (Ecclesia) – O presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana disse à Agência ECCLESIA que a Igreja Católica tem um “cuidado particular” para com as pessoas com deficiência, mas tem de “inventar maneiras novas” de “solicitude pastoral”.
“A Igreja teve uma grande solicitude e surgiram ao longo da história obras para acolher as pessoas com deficiência. Hoje, perante uma maior assistência a essas situações, a Igreja tem sido capaz de estar presente, de um modo muito efetivo e com respostas muito concretas, em termos institucionais”, disse D. Jorge Ortiga à Agência ECCLESIA no âmbito do Dia Internacional das Pessoas com Deficiência, que se asssinala este sábado.
A Igreja Católica em Portugal tem desde 2010, na Conferência Episcopal Portuguesa, o Serviço Pastoral a Pessoas com Deficiência, integrado na Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana.
D. Jorge Ortiga destaca que para, além do âmbito institucional, as pessoas estão também “muito mais solícitas, carinhosas, ternas” e proporcionam tudo o que é necessário para que a vida “não seja privada da dignidade humana”.
“Se antes o cuidado com as pessoas com deficiência era um serviço prestado por familiares hoje creio que as comunidades paroquiais estão muito mais sensíveis, conhecem profundamente e dão respostas de muitos e variadíssimos géneros”, sublinha o presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana.
Para o bispo de Braga, uma das palavras de ordem na Igreja é “acolhimento”, o que implica ser capaz de acolher todas as pessoas, nomeadamente as pessoas com deficiência, como parte integrante da comunidade.
“É preciso inventar maneiras novas e demonstrar solicitude pastoral”, acrescentou D. Jorge Ortiga, adiantando o exemplo da Basílica dos Congregados, em Braga, onde a Missa dominical das 12h00 tem interpretação em Língua Gestual Portuguesa, desde 30 de outubro.
Em Portugal, Eucaristias com interpretação em Língua Gestual Portuguesa são também as que são celebradas no Santuário de Fátima às 15h00 de domingo, desde 19 de maio de 2013, e as que são transmitidas na RTP e na TVI.
D. Jorge Ortiga referiu-se também à necessidade da existência de manuais de formação, nomeadamente para a catequese, que tenham em atenção a comunidade invisual, um tema já analisado na Conferência Episcopal Portuguesa.
“As pessoas acolhem e integram, mas precisamos de muito material de formação para que possam evoluir numa dimensão cultural”, observou, destacando áreas onde Igreja Católica “terá de investir muito mais” para dar o testemunho do seu “amor solícito e fraterno”.
O presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana salientou ainda o serviço e missão dos irmãos de São João de Deus e das irmãs do Coração de Jesus com pessoas com deficiência psíquica e considera que é necessário criar a “sensibilidade de olhar” para a pessoa com deficiência “como um filho de Deus, um irmão” a quem se tem de prestar uma vida digna.
O Dia Internacional das Pessoas com Deficiência assinala-se no dia 3 de janeiro de cada ano desde 1998, por iniciativa da Organização das Nações Unidas.
CB/PR