Igreja: Santuário visitado por Papas Paulo VI e João Paulo II marca presença de Nossa Senhora de Fátima na Índia

Antigo jornalista da Rádio Vaticano Fernando Pinho aborda início e crescimento de devoção a Nossa Senhora de Fátima no país

Lisboa, 09 ago 2024 (Ecclesia) – Um santuário mariano na Índia, em Mumbai, tem uma imagem de Nossa Senhora de Fátima que ali é venerada e que foi levada por missionários portugueses, no século XVI.

“Foi o crescer, o aumentar da presença de peregrinos que se dirigiam ao Monte de Maria, Monte Mary, ou, mudando os termos da equação, Nossa Senhora do Monte”, afirma Fernando Pinho, antigo jornalista da Rádio Vaticano.

O domínio português seria depois substituído pelo britânico e já no século XX, no centenário da Proclamação do Dogma da Imaculada Conceição, o santuário erigiu um oratório dedicada a Nossa Senhora de Fátima.

“Em 1954, acrescentou-se à antiga basílica, defronte da fachada, precisamente, uma estrutura, uma arquitetura, um oratório, que reproduz as feições, digamos, o aspeto exterior da gruta, das aparições de Lourdes. Mas foi, já então, dedicado a Nossa Senhora de Fátima”, explica Fernando Pinho.

O Papa Paulo VI fez uma visita a este lugar mariano, em 1964, numa deslocação à Índia, por ocasião do 38º Congresso Eucarístico Internacional.

“É engraçado que as palavras do Papa Paulo VI no Ângelus, que esteve lá meia hora, naquela altura de contexto de guerra e de ameaças à paz, e por aí fora, podiam-se aplicar textualmente ao contexto atual. Um apelo aos homens de Estado, um apelo ao diálogo, um apelo a trabalhar pela paz”, indica.

Já em 1986, foi a vez do Papa João Paulo II visitar o santuário, tendo Fernando Pinho acompanhado esta deslocação.

“A visita foi um encontro com sacerdotes idosos. Estavam 600 pessoas no interior da basílica, e com mais de 100 pessoas doentes ou deficientes. E, digamos, a passagem foi um Ângelus, foram 25 minutos também […] Ele falou do parapeito estando a fachada por trás dele, virado precisamente para essa gruta, chamemos de oratório, que recorda a Nossa Senhora de Fátima, recorda o Santuário de Fátima também, nas palavras que estão lá, que é a oração, a meditação, o perdão, enfim, o essencial da mensagem de Fátima”, descreve.

Por essa altura, Fátima estava muito ligada à sobrevivência do Papa ao atentado sofrido na Praça de São Pedro, que reconheceu a convicção de que houve uma intercessão de Nossa Senhora na sua recuperação.

“A perceção que, na altura, eu tive com os jornalistas que acompanhavam a visita, era, tendo acontecido o atentado ao Papa em 1981, vivia-se sempre essa relação direta entre o Papa que estava ali vivo, o atentado em Fátima, e a redescoberta, ou o descobrir, sem ser a descoberta, da mensagem de Fátima”, referiu.

O testemunho de Fernando Pinho vai estar incluído no programa 70×7 do próximo domingo, transmitido na RTP2, pelas 20h30, dedicado a Fátima no mundo e histórias de emigrantes.

PR/HM/LJ

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