Diretor do Departamento de Estudos falava no âmbito dos Cursos de Verão 2025, dedicado ao tema

Fátima, 04 jul 2025 (Ecclesia) – O Departamento de Estudos do Santuário de Fátima assumiu, esta quinta-feira, a intenção de promover uma publicação sobre a história da instituição e da Cova da Iria, a partir da investigação realizada ao longo dos anos e do contributo de formadores dos Cursos de Verão.
“Não pode ser uma publicação feita num gabinete, entre uma determinada data e outra, mas deve resultar de um trabalho muito maduro de investigação, de interpretação de dados que o Santuário vem fazendo ao longo deste tempo”, afirmou Marco Daniel Duarte, em declarações à Agência ECCLESIA.
Presente nos Cursos de Verão 2025, que o Santuário de Fátima promove até sexta-feira, no Centro Pastoral Paulo VI, o diretor do departamento de Estudos daquele lugar afirmou que a intenção é que a obra seja feita a partir de “várias mãos”, de muitos dos professores que passaram pelas várias edições da iniciativa que este ano chega à 10ºedição.
“Virá depois então essa publicação que ficará à disposição daqueles que quiserem saber mais sobre Fátima. Agora não podemos ainda dizer quando essa publicação vai sair, é nosso desejo começar a trabalhar esse assunto”, adiantou.
Marco Daniel Duarte é o coordenador dos Cursos de Verão do Santuário de Fátima, que este ano reúnem 130 participantes, de diferentes nacionalidades – Portugal, Espanha, Brasil, Estados Unidos da América e da Chéquia –, e 10 formadores, todos portugueses.

“Aquilo que pretendemos é que o fenómeno de Fátima seja apreendido a partir do intelecto”, referiu.
O responsável assinala que o fenómeno de Fátima “interessa a milhares de pessoas” e que o objetivo da iniciativa que coordena é perceber quais são as suas intenções, “como é que elas se sentem”, bem como entender “o fenómeno da peregrinação” e aquele “que coloca Fátima entre as aparições mais políticas que a Igreja reconhece”.
“Neste momento no Santuário de Fátima estão criadas condições muito profícuas para que este fenómeno seja estudado de uma forma que pretendemos muito competente e que possa ser apreendido a partir daquilo que é verdadeiramente, como diz a Irmã Lúcia e que é o mote para este curso, a história de Fátima tal qual ela é”, salientou.
O reitor do Santuário de Fátima, padre Carlos Cabecinhas, reforçou hoje à Agência ECCLESIA a vontade de a síntese da história de Fátima, proporcionada pela 10ªedição dos Cursos de Verão, originar uma publicação.
“Nós temos tido o contributo de muito investigadores de grande qualidade que fizeram já esse trabalho, um trabalho sobre Fátima, um trabalho de averiguação e investigação e que nós queremos valorizar, isto é, desejamos fundamentalmente que não se perca”, salientou.
O padre Carlos Cabecinhas realçou ainda que a recetividade aos Cursos de Verão do Santuário de Fátima é “grande desde o primeiro momento e é isso que justifica a longevidade já de uma 10ªedição”.
A iniciativa procura fazer este ano o resumo da história de Fátima o que, segundo o responsável, será sempre um esforço “inacabado, incompleto”, sublinhando que “adesão numerosa” a esta edição prova que Santuário tem que continuar com o “aprofundamento” e “estudo” de Fátima.
Entre os vários formadores dos Cursos de Verão 2025 do Santuário de Fátima, dedicado ao tema “Que Capítulos para a História de Fátima? – a génese de uma publicação”, está Aura Miguel, jornalista da Rádio Renascença, a quem coube esta quinta-feira fazer uma apresentação sobre “Fátima e Roma: a visão dos Papas sobre Fátima”.
À Agência ECCLESIA a vaticanista afirmou que a mensagem de Fátima tem desde a primeira hora várias vertentes, uma delas tem a ver com a vocação do sucessor de Pedro. “É uma profecia sobre os sofrimentos do Papa, sobre o martírio dos cristãos, sobre uma nova guerra com efeitos ainda piores”, referiu. A jornalista da Renascença evocou Leão XIV que no Jubileu da Santa Sé disse que o ministério petrino é inseparável da dimensão mariana, realçando que esta ligação é “permanente desde a aparição de Fátima”.
Recordando o encontro que teve com Leão XIV, na audiência com milhares de profissionais de comunicação, que decorreu no Auditório Paulo VI, no Vaticano, Aura Miguel considera que o Papa “reconhece que é inseparável a maternidade de Maria com o ministério de Pedro”. A jornalista da Renascença vincou que “esta ligação” o Papa mostrou logo nas primeiras palavras, quando chegou à varanda, convidando “todos a rezar uma Ave Maria”, bem como na deslocação que fez, a título particular, ao Santuário da Mãe do Bom Conselho, nos arredores de Roma”. “A imagem de Fátima há de ir para um jubileu mariano a Roma, a imagem da Capelinha. E eu tenho esperança que, quando o Leão XIV olhar para a imagem de Fátima, talvez reforce ainda mais, se apresse, a vir a Fátima, quem sabe”, expressou. Também o professor universitário Alfredo Teixeira integra o grupo de formadores, tendo abordado a “Peregrinação e práticas religiosas em Fátima”, nos Cursos de Verão 2025, na tarde desta quinta-feira. Em declarações à Agência ECCLESIA, o investigador realçou a “capacidade de adaptação que Fátima foi tendo às diferentes culturas de peregrinação que se foram construindo ao longo do século XX”. Atualmente “têm crescido as formas, talvez, mais comunitárias de peregrinação, mais grupais, onde essa experiência de caminho é vivida também no quadro de uma forte comunhão com o grupo”, explica. |
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Notícia atualizada às 14h20 de 04/07/2025