Papa Francisco sublinha «polifonia de carismas» na Igreja
Cidade do Vaticano, 20 abr 2024 (Ecclesia) – O Papa afirma na Mensagem para o Dia Mundial das Vocações, que se celebra este domingo, que as pessoas não são uma ilhas, mas “partes do todo”, de uma “polifonia de carismas”.
“A escuta do chamamento divino, longe de ser um dever imposto de fora – talvez em nome de um ideal religioso –, é antes o modo mais seguro que temos de alimentar o desejo de felicidade que trazemos no nosso íntimo: a nossa vida realiza-se e torna-se plena quando descobrimos quem somos, as qualidades que temos e o campo onde é possível pô-las a render, quando descobrimos que estrada podemos percorrer para nos tornarmos sinal e instrumento de amor, acolhimento, beleza e paz nos contextos onde vivemos”, escreve.
O Dia Mundial das Vocações assinala-se no IV Domingo do tempo litúrgico da Páscoa, denominado “Domingo do Bom Pastor” – este ano a 21 de abril.
Francisco recorda “com gratidão” o “quotidiano e muitas vezes escondido daqueles que abraçaram uma vocação que envolve toda a sua vida”.
No documento, intitulado ‘Chamados a semear a esperança e a construir a paz’, Francisco lembra as mães e os pais “que não olham primeiro para si mesmos, nem seguem a tendência dum estilo superficial, mas organizam a sua existência cuidando das relações com amor e gratuidade”.
O texto evoca ainda todos os que “realizam, dedicadamente e em espírito de colaboração, o seu trabalho”; os que, “em diferentes campos e de vários modos, se empenham por construir um mundo mais justo, uma economia mais solidária, uma política mais equitativa”.
O Papa lembra as “pessoas consagradas, que oferecem a sua existência ao Senhor quer no silêncio da oração quer na atividade apostólica” e aqueles que “acolheram o chamamento ao sacerdócio ordenado” e se dedicam ao anúncio do Evangelho, “semeiam esperança e mostram a todos a beleza do Reino de Deus”.
Aos jovens, especialmente a quantos se sentem distantes ou olham a Igreja com desconfiança, gostaria de dizer: deixai-vos fascinar por Jesus, dirigi-lhe as vossas perguntas importantes, através das páginas do Evangelho, deixai-vos desinquietar pela sua presença que sempre nos coloca, de forma benfazeja, em crise. Ele respeita mais do que ninguém a nossa liberdade, não se impõe mas propõe- se: dai-lhe espaço e encontrareis a vossa felicidade no seu seguimento e, se vo-la pedir, na entrega total a Ele”.
O Papa lembra a “polifonia dos carismas e das vocações” que a Igreja “reconhece e acompanha” como ajuda a “compreender plenamente” a identidade de cristãos.
“Há muitos carismas e somos chamados a escutar-nos reciprocamente e a caminhar juntos para os descobrir discernindo aquilo a que nos chama o Espírito para o bem de todos”, indica.
Francisco refere-se também ao Ano Jubilar de 2025, que está a ser preparado com um ano dedicado à oração, ao longo de 2024, lembrando que o Dia Mundial das Vocações é “dedicado de modo particular à oração para implorar do Pai o dom de santas vocações para a edificação do seu Reino.
O Papa conclui desafiando todos a ser “peregrinos de esperança e construtores de paz”, transportando “apenas o essencial” e com a determinação de “partir todos os dias, recomeçar sempre”.
PR