Secretário da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada vai falar nas jornadas da Conferência Episcopal Portuguesa
Lisboa, 15 jun 2015 (Ecclesia) – O secretário da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica defende a necessidade de encontrar soluções solidárias para “casas grandes” que “ficam vazias” face à quebra de vocações.
“Que não sejam só hotéis, lugares para ganhar dinheiro, mas para acolher os pobres, as pessoas que sentem a sede e a fome de Deus”, disse à Agência ECCLESIA D. José Rodríguez Carballo.
O responsável da Cúria Romana vai participar a partir desta tarde nas Jornadas Pastorais do episcopado português, em Fátima.
A iniciativa de três dias, sobre a Vida Consagrada, conta com a presença dos superiores e superioras maiores dos Institutos Religiosos e Seculares em Portugal.
“Agradeço muito que o convite para partilhar uma reflexão sobre a Vida Consagrada, o presente e o futuro”, referiu o arcebispo espanhol, adiantando que a Santa Sé está a rever o documento de 1978 com critérios para as relações mútuas entre os bispos e os religiosos na Igreja.
D. José Rodríguez Carballo espera que os bispos “não se esqueçam do que lhes pediu o Concílio (Vaticano II)”, frisando que estes “têm de ser promotores, cada um na sua diocese, da Vida Consagrada, e devem respeitar e ajudar os religiosos a respeitar o próprio carisma”.
“Comunhão sempre e que nunca falte a profecia”, apelou.
Em relação ao Ano da Vida Consagrada, que a Igreja está a celebrar por iniciativa do Papa Francisco, o responsável fala num momento “bonito” de reflexão e tomada de consciência.
A Vida Consagrada, precisa, tem de ser valorizada “não só pelo que faz” mas também pelo “testemunho” do estilo do próprio Jesus.
Em relação à diminuição de vocações e à “pouca perseverança” de alguns jovens consagrados, D. José Rodríguez Carballo sustenta que é preciso “insistir na pastoral vocacional”, num estilo vida que “chama ao seguimento de Cristo”, com mais alegria e “menos cara de funeral”.
“Não somos números, o importante é que haja qualidade evangélica de vida”, observou.
O responsável convida a um discernimento, sublinhando que “a Vida Consagrada não é para todos nem todos são para a Vida Consagrada”.
Para o secretário da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica, a Europa tem de continuar a ser “uma referência”, dado que aí nasceram a maior parte das congregações e ordens religiosas.
Nesse sentido, precisou que a maior parte dos 21 novos institutos de direito pontifício reconhecidos nos últimos anos nasceu na Europa.
“Temos de esquecer a ideia de que a Vida Consagrada está a morrer na Europa, não podemos atirar pedras aos nossos próprios telhados”, advertiu.
PR/OC