Martine Catta, cofundadora da Comunidade Emanuel, falou em Fátima sobre os desafios de um movimento iniciado há 50 anos
Fátima, 15 fev 2017 (Ecclesia) – Martine Laffitte-Catta, que juntamente com Pierre Goursat, fundou a Comunidade Emanuel, diz que a celebração dos 50 anos do Renovamento Carismático Católico deve desafiar a buscar novos dinamismos de expressão e de união entre os cristãos.
Em entrevista à Agência ECCLESIA, aquela responsável recordou que o Renovamento Carismático, nascido a seguir ao Concílio Vaticano II, trouxe à Igreja “um novo Pentecostes”, uma “graça que tocou inúmeras pessoas em todo o mundo” e as fez “voltar para o cristianismo”.
“É preciso que agora saibamos guardar este fogo”, disse Martine Catta, para quem é essencial buscar “novas formas de tocar a sociedade”, de “atrair as pessoas”, mas também “procurar verdadeiramente a unidade dos cristãos”.
Um desafio que está contido na carta 'Iuvenescit Ecclesia’, que o Vaticano dedicou aos vários movimentos de vida cristã existentes dentro da Igreja Católica.
No documento, publicado em 2016 pela Congregação para a Doutrina da Fé, a Santa Sé apela a que os vários movimentos do Renovamento Carismático trabalhem juntos em benefício da “comunhão” e sem “confrontações estéreis”.
Martine Catta recorda que desde o seu surgimento o Renovamento Carismático tem sido acompanhado pela hierarquia da Igreja Católica, primeiro pelo Papa João Paulo II, depois por Bento XVI e agora pelo Papa Francisco.
“É importante não trabalharmos cada um pela sua verdade, até porque só há uma verdade”, salientou aquela responsável, que antecipou o encontro com o Papa Francisco no âmbito da comemoração dos 50 anos do Renovamento Carismático Católico, que vai ter lugar a seguir à Páscoa, na celebração do Pentecostes.
“Penso que vai ser um momento de alegria, uma oportunidade para receber um novo alento para seguir adiante”, considerou.
A Comunidade Emanuel (que quer dizer Deus connosco), surgiu em 1972 em França com um carisma eminentemente virado para a vida apostólica e a evangelização.
Reconhecida pela Santa Sé, esta associação publica internacional de fiéis conta com mais de 10 mil membros espalhados em cerca de 70 países do mundo, entre os quais Portugal.
Além de leigos, esta comunidade integra também diversos bispos, centenas de padres e seminaristas, além de cerca de 200 homens e mulheres consagrados no celibato.
Em Portugal, a Comunidade Emanuel está desde 1992, com cerca de uma centena de membros centrados sobretudo nas dioceses de Lisboa, Coimbra e Leiria-Fátima.
A cofundadora deste movimento esteve recentemente em Fátima para um encontro no âmbito dos 50 anos do Renovamento Carismático Católico.
O tema da iniciativa, ‘Re-encontrar Deus’, foi uma oportunidade de passar às pessoas que “todas elas são amadas por Deus, sem condição”, num local “muito especial” como o Santuário de Fátima, “que transmite uma força diferente”, confidenciou Martine Catta.
JCP