A Igreja Católica em Portugal celebra de 4 a 11 de Outubro a Semana Nacional da Educação Cristã subordinada ao tema «Educação Cristã: um Serviço e um Compromisso».
Neste ano, a mensagem assinada pela Comissão Episcopal da Educação Cristã admite as dificuldades que os educadores sentem para enfrentar os novos desafios, mas afirma que estas “não podem conduzir ao desânimo e ao enfraquecimento do seu empenho”.
Para a Igreja, a educação sempre foi “um imperativo da sua missão evangelizadora, consciente de que é através da educação que se constrói a realização humana e o futuro da própria humanidade”, lê-se na mensagem.
Na Missa de abertura desta Semana, celebrada em Peniche, D. Tomaz Pedro Barbosa Silva Nunes, Bispo Auxiliar de Lisboa, presidente da Comissão Episcopal da Educação Cristã, lembrou aqueles que, “por vários motivos, se opõem à visão cristã da criação: uns consideram esta visão ultrapassada, incompatível com a ciência ou com uma perspectiva moderna das relações interpessoais”.
“A meu ver, o motivo mais grave do desacordo de muitos, reside no facto de dispensarem Deus como fundamento da vida humana e do seu sentido, vivendo, por isso, como se Ele não existisse”, precisou.
Este responsável sublinhou que “o cristianismo, quando vivido a sério, nem sempre é aplaudido”.
D. Tomaz Silva Nunes deixou uma palavra aos “educadores cristãos e a quantos se lhes queiram associar pais e outros familiares, sacerdotes e outros consagrados, catequistas, professores e demais agentes de educação”.
“A educação é o coração do desenvolvimento da pessoa e da sociedade. Educar nunca foi tarefa fácil. As dificuldades com que nos confrontamos não podem dar lugar ao desânimo ou ao cruzar de braços. Há que imprimir, na acção quotidiana, um dinamismo novo, de criatividade e solidariedade”, apontou.
EMRC, Catequese, Escola Católica
[[v,d,592,Escola Católica hoje]]O dossier da Agência ECCLESIA sobre esta semana apresenta reflexões de diversos responsáveis nacionais e diocesanos em relação aos vários âmbitos de acção da Igreja na área da educação: Catequese, EMRC e Escola Católica.
Jorge Cotovio, Coordenador do Núcleo das Escolas Católicas da Diocese de Coimbra, considera que “a Escola Católica é antes de mais uma «escola», lugar de ensino e aprendizagem, dos saberes em acção orientados para a vida”.
“Infelizmente, esta proposta da Igreja tem muitos escolhos: se os há a nível interno – fruto das contingências humanas –, são sobretudo os externos – vindas da Constituição e das ambiguidades das leis, ou das mentes pombalinas dos políticos e governantes – os que mais têm condicionado a abertura deste «espaço de cultura e evangelização» a todos, sobretudo os mais débeis”, acusa.
Este responsável deixa votos de que “os poderes públicos e os cidadãos, mormente as famílias cristãs, saibam acarinhar esta proposta alternativa, e criar condições para a potenciar e estender a todos os que livremente a desejam, sem sufocos de qualquer espécie”.
[[v,d,593,EMRC: Desafios e peocupações]]Elisa Urbano, professora de EMRC, fala por seu lado de um novo começo, após “ano lectivo muito difícil”. “Sentimos que havia muito receio, talvez devido à possibilidade de voltarem a surgir dificuldades legais à leccionação da EMRC, com graves prejuízos para as escolas, como aconteceu em tempos não muito longínquos”, escreve.
Segundo a docente, “torna-se urgente uma regulamentação da Concordata de 2004, nomeadamente no que se refere ao estatuto da disciplina e do professor de EMRC”.
Já o Pe. Luís Rodrigues, responsável pelo Departamento Arquidiocesano da Catequese em Braga, mostra a sua convicção de que “a catequese paroquial será tanto melhor, quanto melhor os catequistas se encontrarem e forem grupo”.
“Para que o Grupo aconteça com mais facilidade urge valorizar e potenciar a missão do catequista coordenador e da equipa de coordenação paroquial. Fazemo-lo porque a coordenação da catequese não é um facto meramente estratégico, voltado para uma mais incisiva eficácia da acção evangelizadora, mas possui uma dimensão teológica de fundo”, assinala no seu artigo.