Apesar de um tempo pouco convidativo, muitos acólitos não quiseram perder a peregrinação anual em Fátima, acompanhados pelas suas famílias e os seus próprios párocos. A grande finalidade deste encontro é dotar os jovens de uma consciência mais profunda do serviço que fazem ao altar. “Que sejam capazes de viver a dimensão da eucaristia e que esta se torne parte da sua vida, de forma a que possam assumir uma vida cristã cada vez mais profunda”, defende D. António Taipa, Presidente da Comissão Episcopal da Liturgia. O Bispo auxiliar do Porto descreve o “convívio salutar que se viveu entre todos”, onde se fez uma festa tão importante para acólitos “como para nós padres e bispos”. Importante especialmente para os que prestam este serviço “às vezes em locais mais recônditos do país” pois mostra que “não estão sozinhos e que o seu trabalho é essencial”. Os grupos de acólitos, espalhados por todo o país, “são uma verdadeira escola de formação cristã e terreno vocacional”, refere D. António Taipa. Mas não está sozinho na sua consideração. Outros sacerdotes que acompanham os jovens acreditam que “a formação dos acólitos é essencial e possibilita a abertura vocacional da vida e da vocação consagrada”. Este é um assunto aberto e discutido com a pastoral vocacional. Mesmo entre os próprios pais existe “esta consciência e alguns acólitos acabam por se tornar missionários e mesmo religiosos”. O Presidente da Comissão Episcopal da Liturgia adianta que está projectada uma Comissão Nacional de Acólitos constituída por diversos representantes do país, com o objectivo de “incrementar estes encontros de forma mais forte e profunda”, precisamente porque “acreditamos na importância que este passo tem na vida das comunidades e da Igreja”. Tornar-se acólito é um desejo vivo entre os jovens, rapazes e raparigas, que iniciam este serviço pelos seus 13 ou 14 anos, e que desenvolvem paralelamente à sua vida escolar. “Formam-se e continuam acólitos”, refere D. António Taipa que acrescenta a realidade evangelizadora que estes jovens representam. “Pais que se encontravam distantes da Igreja, voltam porque na catequese é solicitado este serviço aos seus filhos e eles passam a acompanhar de perto e com maior interesse”, sublinha. A palavra acólito vem do verbo acolitar, que significa acompanhar no caminho. Acólito, segundo informação do Serviço Nacional de Acólitos, é aquele ou aquela que, na celebração da liturgia, precede, vai ao lado ou segue outras pessoas, para as servir e ajudar. Acompanha e serve o presidente da celebração da missa e ajuda outras pessoas durante a celebração eucarística. Noutras celebrações, acompanha e serve as pessoas responsáveis por essas mesmas celebrações. Durante a missa, o acólito está sempre atento ao que o bispo ou o presbítero precisam, para lhes apresentar umas vezes o missal, outras vezes as coisas que eles hão-de colocar no altar, ou para os acompanhar quando vão distribuir a comunhão aos fiéis. Por fim, quando o presidente regressa à sacristia, o acólito vai à sua frente e ajuda-o a tirar as vestes e a guardá-las.