Papa italiano apresentou-se ao mundo a 21 de junho de 1963
Lisboa, 21 jun 2013 (Ecclesia) – Paulo VI, Giovanni Battista Montini(1897-1978), foi eleito como sucessor de João XXIII há 50 anos, data que se assinala hoje, evocando o Papa que viria concluiu o Concílio Vaticano II e seria o primeiro a visitar Fátima.
O então cardeal Montini era arcebispo de Milão há mais de oito anos e tinha servido a Santa Sé na Secretaria de Estado nos pontificados de Pio XI e Pio XII.
António Matos Ferreira, diretor do Centro de Estudos de História Religiosa da Universidade Católica Portuguesa, recorda em texto publicado no Semanário ECCLESIA que o Papa Paulo VI, eleito a 21 de junho de 1963, era já “um eclesiástico amplamente conhecido e respeitado”, que tinha acompanhado “gerações fortemente laicais e inspiradoras de novas formas de vivência eclesial e pastoral”.
“O pontificado de Paulo VI assumiu e interpretou as expectativas de uma modernidade motivada por confrontos ideológicos, mas também galvanizada pela necessidade de fazer surgir um mundo novo (melhor) empenhado na justiça, na paz e na cooperação e participação democráticas”, refere o especialista.
Segundo Matos Ferreira, o Papa italiano não só garantiu a prossecução do II Concílio do Vaticano “dentro do paradigma da renovação e do dar voz à diversidade da experiência cristã”, mas também “apoiou a ampliação desta perspetiva conciliar, não sem ter que lidar com conflitos, hesitações e, desde cedo, com a pluralidade e a divergência de interpretações”.
“No período das três sessões conciliares que lhe coube levar a cabo para concluir o Concílio, Paulo VI marcou a imagem da sua época através de gestos, de modo a introduzir novos patamares de consciência entre os católicos da época, acentuando um forte sentido de colegialidade”, observa.
Apesar de “muitas perplexidades e sentimentos dolorosos” diante dos acontecimentos do mundo e da Igreja na época, acrescenta o historiador, “Paulo VI deu continuidade a uma renovação da função petrina como realidade primeiramente espiritual, despojada e de serviço”.
Giovanni Battista Enrico Antonio Maria Montini nasceu a 26 de setembro de 1897 na Lombardia, Itália, e foi ordenado padre em 1920, tendo entrado ao serviço diplomático da Santa Sé.
Nomeado arcebispo de Milão em 1953, foi criado cardeal em dezembro de 1958, por João XXIII.
Entre 1964 e 1970, Paulo VI fez nove viagens internacionais, as primeiras de um Papa moderno, incluindo a passagem por Fátima a 13 de maio de 1967.
O Papa italiano escreveu sete encíclicas, entre as quais a ‘Humanae vitae’ (1968), sobre a regulação da natalidade, e a ‘Populorum progressio’ (1967), sobre o desenvolvimento dos povos; assinou ainda a exortação apostólica ‘Evangelii nuntiandi’ (1975), sobre a evangelização no mundo contemporâneo, e discursou na sede da Organização das Nações Unidas, em Nova Iorque, a 4 de outubro de 1965.
Paulo VI morreu no dia 6 de agosto de 1978.
Para recordar o Papa Montini, o jornal do Vaticano, ‘L’Osservatore Romano’, realizou um número especial de cem páginas a cores, com fotografias e imagens raras, um perfil biográfico, alguns textos seus e um inédito do cardeal Joseph Ratzinger, o Papa emérito Bento XVI.
O 50.º aniversário da eleição de Paulo VI está em destaque na mais recente edição do Semanário ECCLESIA.
OC