Lisboa, 19 dez 2013 (Ecclesia) – O padre italiano Aurelio Gazzera, missionário na República Centro-Africana, negoceia a paz com a milícia islâmica Séléka e os Anti-Balaka que fizeram um ultimato para o “desarmamento completo dos Séléka”, cujo prazo terminou esta terça-feira.
“Se eles [Seleka] não depusessem as armas temia-se um banho de sangue, de ambas as partes, e a morte de centenas de civis inocentes”, revelou o padre carmelita e diretor da Cáritas diocesana de Bouar, numa mensagem enviada à Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS).
O sacerdote explicou que “temia um massacre na missão católica de Bozoum onde se tinham refugiado mais de 6000 pessoas”, segundo o comunicado da AIS enviado à Agência ECCLESIA.
Esta missão situa-se na diocese de Bouar, a cerca de 440 quilómetros noroeste da capital da República Centro Africana.
A Fundação pontifícia assinala que esta terça-feira receberam a informação que “as tropas francesas chegaram a Bozoum quando circulava a informação que não conseguiam sair de Bangui”, a capital.
“Foram recebidos como libertadores”, destaca o padre Aurélio Gazzera: “Os Anti-Balaka depuseram as armas e os rebeldes Séléka serão desarmados pelos soldados franceses”.
“Contei aos refugiados que a violência dos Séléka tinha acabado! As pessoas estavam eufóricas e gritavam ‘Paz’. Nessa noite o ambiente foi de alegria, é como se fosse Natal”, acrescenta o missionário.
Nesta terça-feira assinalou-se também o primeiro dia da novena de oração pela paz na República Centro-Africana.
CB/OC