Presidente da Comissão Episcopal de Pastoral Social diz que o «desespero» tem consequências imprevisíveis O presidente da Comissão Episcopal de Pastoral Social, D. Carlos Azevedo, que falou recentemente no risco de “implosão social” no nosso país, considera que o agravamento da crise pode ter consequências imprevisíveis. Em declarações ao Programa ECCLESIA, este responsável alerta para o surgimento do “desespero” nas populações, “quando o emprego vai sendo perdido – e sabemos que ainda vamos no princípio da crise – quando não tiverem com quê viver, como pagar a casa e ter de a entregar”. Neste contexto, o Bispo Auxiliar de Lisboa defende a urgência de se apresentar “uma palavra de esperança”, que abra “perspectivas” às pessoas que se encontram em “situações graves”. Impõem-se, por isso, respostas qualificadas no exercício da solidariedade. “Hoje é fundamental que as soluções não sejam meramente assistencialistas”, diz D. Carlos Azevedo, apelando à “ajuda de muitas pessoas”. A Cáritas celebra em 2009 o seu Dia, no próximo Domingo, em volta do lema “Se não tiver caridade, nada sou”, inspirada na I Carta de São Paulo aos Coríntios. Este responsável considera que, para os cristãos, a caridade é algo que “implica a vida toda”. “Não é apenas uma dimensão de algumas horas, de algum tempo, de algum dinheiro, a caridade implica a totalidade do nosso ser e implica-nos a todos”, aponta, defendendo que essa marca deve estar presente em todas as comunidades. A proximidade é uma dimensão muito valorizada neste campo de trabalho da Igreja, pelo que as paróquias são chamadas a uma responsabilidade especial. “Que em todas as paróquias haja um grupo de acção sócio-caritativa, que possa organizar, recolher sinergias, porque já não basta a boa vontade de cada um, é preciso encontrar meios mais capazes e eficazes para responder às situações”, deseja D. Carlos Azevedo. O presidente da Comissão Episcopal de Pastoral Social apela à “coordenação” das várias respostas da Igreja, pedindo gente que se dedique exclusivamente a este trabalho, interpelando também quem pode dar “ajudas”. Para este responsável, a Cáritas tem uma capacidade comprovada neste campo. Notícias relacionadas • Igreja fala em risco de «implosão social» • Cáritas