Dia Nacional dos Bens Culturais decorre em Lisboa com presença de especialistas e responsáveis católicos
Lisboa, 18 out 2012 (Ecclesia) – O presidente da Comissão Episcopal da Cultura, Bens Culturais e Comunicações Sociais (Igreja Católica) afirmou hoje em Lisboa que existe mais sensibilidade, mas “ainda insuficiente”, nas intervenções de conservação e restauro do património em Portugal.
Ao inaugurar as jornadas sobre o tema ‘Tesouros escondidos – salvaguarda e proteção’, que decorrem na igreja da Memória e no Mosteiro dos Jerónimos, D. Pio Alves disse aos presentes que o caminho percorrido na “sensibilização para a importância” do património é “notável”, mas alertou que o ritmo é “desigual” na “imprescindível tarefa de inventariação”.
No Dia Nacional dos Bens Culturais Da Igreja, que se celebra esta sexta-feira, o bispo auxiliar do Porto referiu que a Igreja Católica é, efetivamente, detentora de tesouros, “uns abertos e conhecidos; outros ainda escondidos”.
Em relação ao “triste espetáculo das igrejas sistematicamente fechadas”, D. Pio Alves considerou que estes edifícios têm um “potencial cultural e evangelizador”.
“A realidade das igrejas fechadas pode ser lida como um símbolo de que a Igreja fechou”, acrescentou.
Sandra Costa Saldanha, diretora do Secretariado Nacional dos Bens Culturais da Igreja (SNBCI), realçou, por sua vez, que se assiste hoje a “um claro desejo de valorização” e “à consolidação de projetos cada vez mais qualificados”.
“Muito, continua por fazer”, no entanto, para que o património exerça “um desejável contributo, tanto a nível pastoral, como no desenvolvimento cultural e estratégico de cada região”, alertou a responsável.
O Dia Nacional dos Bens Culturais da Igreja nasceu de um desejo “de debate concertado e proveitoso” e foi fixado a 18 de outubro, dia de São Lucas, evangelista e padroeiro dos artistas.
A iniciativa, promovida pelo SNBCI, visa abordar diversas situações de intervenção patrimonial, nas áreas da música, dos bens móveis, da arquitetura e do restauro.
‘Património de Música Sacra em Portugal: um acervo por resgatar’ vai ser o tema a refletir por Rui Vieira Nery, Instituto de Etnomusicologia – Centro de Estudos de Música.
A celebração do dia nacional dos bens culturais reúne vários dirigentes e responsáveis diocesanos.
A iniciativa encerra-se com a apresentação da tela do retábulo-mor da igreja da Memória, “obra referencial da pintura portuguesa setecentista, ausente do seu local de origem durante duas décadas”, adianta o SNBCI.
A instituição católica vai ainda apresentar a iniciativa “App 365 dias, 365 obras”, projeto que recorre às novas tecnologias para aproximar o património religioso da sociedade.
LFS/OC