Responsáveis católicos pedem aposta no setor e destacam potencial que vai para lá da perspetiva económica
Lisboa, 22 nov 2012 (Ecclesia) – O diretor da Obra Nacional da Pastoral do Turismo (ONPT), da Igreja Católica, defendeu hoje em Lisboa que o setor deve ser visto para lá do “universo das atividades económicas”, valorizando as dimensões humana, cultural e religiosa.
“A Obra Nacional acredita que pode contribuir para uma permanente requalificação e promoção do turismo em Portugal”, referiu o padre Carlos Godinho, na sessão de apresentação do organismo, que decorreu na Sé Patriarcal.
D. Jorge Ortiga, presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana, destacou que a pastoral do turismo “não se inicia hoje”, mas que a apresentação da ONPT demonstra a vontade de “intensificar” a colaboração entre as várias dioceses, nesta área.
“Sentimos que a Igreja em Portugal tem de ser uma Igreja acolhedora, nas diversas comunidades”, precisou o arcebispo de Braga, lembrando que Portugal é procurado por milhões de visitantes, pelo que o país deve mostrar o que tem “de melhor”.
O prelado frisou que “a identidade portuguesa tem uma marca muito religiosa, muito cristã, muito católica”.
“A nossa cultura é o que teremos de procurar oferecer aos outros, manifestando a nossa hospitalidade”, precisou.
Segundo o responsável, a ONPT é um novo meio ao serviço da Igreja, para poder mostrar a “beleza de Deus”.
“O nosso património tem esta marca do amor a Deus, o amor à Igreja”, acrescentou.
Mesmo em tempo de crise, o presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana diz que se deve preservar o direito de “todo e qualquer cidadão a descansar, fazer turismo”.
D. Jorge Ortiga referiu que a Igreja Católica pode ajudar a divulgar “muitas realidades que não se conhecem, dentro do país”, deixando votos de que a ONPT seja “devidamente aproveitada” pelas comunidades católicas e pelos operadores turísticos, ajudando também “na criação de emprego”.
O padre Carlos Godinho, pároco do Luso (Diocese de Coimbra), prometeu uma “atenção inequívoca à pessoa de cada turista” e destacou que a ONPT quer responder a um fenómeno “em profundo crescimento”, à escala global, “alargar horizontes e criar sinergias”.
Segundo este responsável, o turismo é um “elemento constitutivo e de pleno direito” da pastoral da Igreja Católica e uma área necessitada de “particular atenção” que constitui uma “oportunidade” para as comunidades católicas e para o diálogo intercultural.
O sacerdote destacou a importância de prestar atenção ao património religioso, para o “conservar e disponibilizar” com um olhar sobre a sua “origem e função específica”
“Este mesmo património, no contexto nacional, expressa a nossa identidade mais profunda”, sustentou.
A “clara vocação turística” de Portugal, com um potencial de “crescimento económico”, levou o responsável a apelar a um “particular cuidado na formação de agentes e operadores”.
O diretor da ONPT disse que uma das preocupações da instituição passa pela promoção dos “direitos dos trabalhadores do setor” turístico, particularmente “nos tempos de maior ocupação”, pedindo um “turismo justo e equitativo”.
Entre os projetos futuros da ONPT está a organização de Jornadas Pastorais da Pastoral do Turismo, no contexto de um “trabalho dinâmico e dinamizador, em diálogo com os serviços da Igreja e da sociedade civil”.
A sessão contou ainda com a apresentação do site e das páginas da instituição nas redes sociais.
OC