Igreja quer dar voz aos que não têm voz

Encerramento da Semana da Vida D. António Montes Moreira, Vice-Presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) e Bispo de Bragança-Miranda reiterou ontem, dia 21 de Maio, em Fátima, durante a Missa Dominical internacional, a importância da vida humana. “Rejeitando o aborto e defendendo o direito à vida, a Igreja dá voz aos que não têm voz por ainda não terem nascido”, afirmou D. António Montes, durante a homilia. No dia do encerramento da Semana da Vida, que este ano teve como lema “Família, amor e vida”, o prelado pediu aos cristãos, para, estimulados pelo exemplo de João Paulo II, terem “a coerência e a firmeza serena de remar contra a corrente, nesta e noutras áreas da moral pessoal e social”. “O nosso tempo registou avanços civilizacionais notáveis, no âmbito do reconhecimento e da prática dos direitos humanos, à escala individual e global, mas nem tudo caminha na boa direcção. A defesa, a dignidade e a promoção da vida humana, desde a concepção até à morte natural, estão postas em causa por bastantes intervenções de engenharia genética, pelo aborto e pela eutanásia”. D. António frisou que o projecto de lei que está para ser votado na Assembleia da República sobre Procriação Medicamente Assistida (PMA) deve ter em conta dois princípios gerais fundamentais: “Os fins não justificam os meios” e “nem tudo o que é tecnicamente possível é eticamente aceitável” e, à luz destas orientações, “devem ser rejeitadas duas medidas que segundo a comunicação social se mantém no texto proposto para votação: a fecundação heteróloga, fora do casal, e o recurso a embriões para finalidades terapêuticas, com a subsequente destruição”. “A fecundação heteróloga é uma triangulação que subverte a natureza e a dignidade do matrimónio e lesa gravemente o direito de a criança conhecer o seu verdadeiro pai. Por sua vez, no âmbito terapêutico, a bondade do fim em vista – melhorar a qualidade de vida de alguém, ou até salvar-lhe a vida – não legitima a destruição de outra vida”, explicou D. António Montes. “Todos nós fomos embriões. Assim sendo, interromper a vida do feto ou do embrião, mesmo para objectivos científicos ou terapêuticos, é eliminar uma vida humana. Os fins não justificam os meios. Por outro lado, rejeitar o aborto é seguir uma norma universal, de moral natural: não faças aos outros o que não queres que os outros te façam a ti”, afirmou. “Pessoalmente, sinto alguma dificuldade em entender como pessoas, associações cívicas e partidos políticos, defensores convictos dos direitos humanos, rejeitam o primeiro desses direitos: o direito à vida”, acrescentou o Bispo de Bragança-Miranda. Especificamente sobre o aborto, D. António Moreira Montes observou que “o problema do aborto não é uma questão especificamente religiosa mas um caso de direitos humanos. Obviamente porém, o problema adquire dimensão mais alargada, e responsabilizante, com a eliminação da fé cristã. A vida é um dom gratuito de Deus que devemos agradecer, respeitar e cultivar, com reverência e esmero”.

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