Santarém/Setúbal: «Que os próximos 50 anos sejam a concretização dos sonhos que Deus tem para estas duas dioceses» – D. Américo Aguiar

Celebração conjunta, no Santuário de Cristo Rei, em Almada, assinalou meio século da criação das duas dioceses

Almada, 8 jun 2025 (Ecclesia) – D. Américo Aguiar desejou hoje, na celebração conjunta dos 50 anos das dioceses de Setúbal e Santarém, que os próximos anos sejam a “concretização dos sonhos de Deus” naqueles territórios.

“A gratidão destes 50 que passaram está sublinhada, desejada e querida. E agora queremos que os próximos 50 anos sejam a concretização dos sonhos que Deus tem para estas duas dioceses. E com isso, colocamos no coração de Deus, para que sejamos sensíveis ao que o coração de Deus tem a dizer a cada um de nós”, afirmou hoje o cardeal bispo de Setúbal, durante a celebração do ‘Jubileu das Dioceses’, que decorreu no Santuário de Cristo Rei e no Seminário de Almada.

D. José Traquina recordou o contexto “de animação política e social” em que as duas dioceses nasceram, mas reconheceu o trabalho realizado pela Igreja.

“O testemunho que recebi de D. Manuel Martins, (primeiro bispo de Setúbal), da sua sinceridade pessoal com os pobres. Herdeiro de uma sensibilidade que procuramos continuar junto dos que mais precisam. Esta celebração é motivadora para a missão que Deus nos confia”, sublinhou na celebração.

Durante a homilia, D. José Traquina referiu-se ao “local inspirador” que o monumento de Cristo-Rei representa, “dedicado ao Sagrado Coração de Jesus”, correspondendo a “uma espiritualidade onde se reconhece a bondade e misericórdia de Deus” e simultaneamente “um apelo a uma nova humanidade e um novo tempo inaugurado por Cristo”.

“É com o coração de Cristo e o Imaculado coração de Maria que as nossas Igrejas diocesanas podem e devem assumir a sua missão: vivendo e testemunhando, tornando presente o amor de Deus no mundo”, pediu. 

O dia contou com a inauguração de uma peça evocativa da celebração e a escultora, Maria José Brito, responsável pela peça, deu conta à Agência ECCLESIA da intenção de “imortalizar os 50 anos das duas dioceses”, numa data associada ao Jubileu.

«Jubileu das Dioceses» Foto Agência ECCLESIA/HM

“Não são completamente iguais, mas estão muito semelhantes. (A peça) Assenta em sete pilares – que indica a perfeição na Igreja católica; juntamos os dois «S’s», mas mantendo cada uma a sua personalidade. Na junção, forma-se um coração, indicando as duas dioceses juntas”, explica.

O bispo de Setúbal reconheceu a “insignificância” que cada pessoa tem na “fita do tempo” e assinalou a existência de dioceses com mais anos: “Somos insignificantes, mas somos indispensáveis, formiguinhas indispensáveis naquilo que é a história que Deus quer desenrolar nestas duas igrejas gémeas, irmãs, de Setúbal e Santarém”.

Para o bispo de Santarém, o aniversário que junta os dois territórios pretende “promover um sinal, espiritualmente válido” que mostra a “aproximação entre as igrejas diocesanas”.

“Nós queremos um sinal visível, uma coisa que se veja, e, portanto, quero felicitar também a obra de arte aqui, esta memória, que consagra a proximidade, a fraternidade, estas duas dioceses que nasceram no mesmo dia, e temos todas as razões para continuar a promover o sinal desta proximidade”, concretizou.

Para o responsável da diocese sadina os monumentos e as memórias são “pequeninos apontamentos na ficha do tempo” mas que garantem a gratidão e as “raízes do caminho que a fazer”.

D. Américo Aguiar quis ainda lembrar “os pastores”, os sacerdotes “por estes 50 anos que serviram”, quer na Diocese Santarém como na Diocese de Setúbal: “Há aniversários hoje, a decorrer, natalícios e sacerdotais. Queremos dar graças a Deus por todos, todos, todos”.

Paulo Valente da Cruz, da direção da Cáritas diocesana de Setúbal, assinala que no comemorar 50 anos da diocese de Setúbal, os desafios sociais persistem: “Em cinco anos os números das pessoas em situação de sem-abrigo aumentaram 116%. No último ano, subiu 21% ”, indica, recordando um encontro no NPISA – Núcleo de Proteção em Situações de Pessoas sem Abrigo.

O responsável dá conta da procura da instituição de ação social da Igreja catem combater o assistencialismo e promover a autonomia.

Também Vasco Gonçalves, do departamento de pastoral juvenil da diocese de Setúbal, presente no Santuário do Cristo Rei, quis assinalar a participação dos jovens e o desejo de fazer “caminho juntos” entre as duas dioceses.

A comemoração dos 50 anos de criação das dioceses de Santarém e Setúbal decorre durante este ano pastoral, em cada uma das dioceses, que programaram duas celebrações em conjunto: no dia 19 de março último a diocese de Setúbal peregrinou a Santarém e hoje foi a vez da diocese ribatejana peregrinar a Setúbal.

HM/LS/PR

atualizado às 20.01

Igreja/Portugal: Dioceses de Santarém e Setúbal uniram-se para celebrar em conjunto 50 anos de criação (c/fotos)

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