Igreja: Principal missão do novo Papa é ser contrapoder à política e finança, considera anterior diretor da RTP-2

Jorge Wemans diz que próximo pontificado vai defrontar-se com «implosão das sociedades que até agora eram abastadas»

Lisboa, 07 mar 2013 (Ecclesia) – Jorge Wemans, anterior diretor da RTP-2, considera que a principal missão do sucessor de Bento XVI vai ser a de assumir-se como contrapoder à política e à finança.

“O crescimento do poder dos fundos financeiros, a redução das funções do Estado e o aumento da população desempregada ou vivendo com salários cada vez mais baixos, constituem o grande palco em que o novo Papa vai ter de exercer a sua missão pastoral”, sublinha em artigo publicado na edição de hoje do Semanário ECCLESIA.

A “gananciosa transferência de rendimentos”, inspirada pela “ideologia neoliberal que tomou conta da opinião publicada e do ensino universitário (incluindo faculdades de economia de muitas Universidade Católicas, nomeadamente a Portuguesa)”, ameaça a “convivência social” e os “laços de solidariedade”, assinala o jornalista.

Para Jorge Wemans o próximo pontificado vai defrontar-se com o “espetáculo da fome e da violência extrema dos países subdesenvolvidos”, bem como com a “rápida implosão das sociedades que até agora eram abastadas, prósperas e de baixa violência”.

“O grande desafio” do novo Papa não está na “ordenação das mulheres”, na “aceitação plena dos divorciados recasados e dos homossexuais” ou na “reforma da cúria e a alteração da gestão do financiamento do Vaticano”, mas em conduzir a Igreja a desempenhar um “papel diverso” daquele que os poderes instituídos lhe “destinam”.

O jornalista sustenta que o próximo Papa deve ser capaz de “provocar nos fiéis um ‘sobressalto de caridade’” para assistir “os irmãos em sofrimento” e “sobretudo para refundar sociedades orientadas não para o esmagamento do homem, mas sim para a sua plena realização enquanto filho de Deus”.

“Conseguir iluminar as consciências dos católicos e todos os homens de boa-vontade para vencer a barbárie financeira que agora se abate sobre o Ocidente e estimulá-los a trabalharem para humanizar a sociedade, é o maior repto deste pontificado”, vinca Jorge Wemans.

RJM

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