Igreja preocupada com os portugueses espalhados pelo mundo

Livro recorda I Encontro Mundial das Comunidades Portuguesas A Igreja Católica em Portugal continua a acompanhar de perto a situação dos nossos emigrantes e espera que seja possível “um novo olhar” sobre a emigração, a nível social e eclesial. “A Igreja deve questionar-se sobre a sua presença, com estruturas e pessoal, no estrangeiro, porque temos, em muitos países, uma reestruturação interna de muitas paróquias e dioceses”, referiu o Pe. Rui Pedro, director da Obra Católica Portuguesa de Migrações (OCPM), em declarações à Agência ECCLESIA, No dia em que a Comissão Episcopal da Mobilidade Humana, a Obra Católica Portuguesa de Migrações e o Secretariado Diocesano da Pastoral de Migrações do Porto apresentaram publicamente o livro “Migrações em Portugal: Ousar a memória, fortalecer a cidadania”, com as actas do I Encontro Mundial das Comunidades Portuguesas, o director da OCPM defendeu que a intenção do Encontro foi promover, na Igreja, “um novo olhar sobre a emigração portuguesa”. “Este livro, apresentado em pleno Verão, quer demonstrar o nosso compromisso fiel de servir as comunidades no estrangeiro, porque muitas delas têm aumentado de modo significativo”, assinala o Pe. Rui Pedro Defendendo que o Congresso não pode “ficar no papel”, este responsável refere que a Igreja tem intensificado o seu trabalho no Reino Unido, onde o número de portugueses triplicou numa década. “Estamos a tentar passar de um para cinco sacerdotes (destinados a acompanhar pastoralmente os emigrantes, ndr) e, sobretudo, queremos fazer o nosso lobby, no sentido que a sociedade civil e o próprio Estado criem novas estruturas”, explica o director da OCPM. Para a organização católica, seria fundamental reforçar os meios colocados ao dispor do Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas “para que possa dar respostas mais globais”. Outra das prioridades da Igreja seria proceder a um estudo pormenorizado da realidade da emigração, que considera ser muito “desconhecida”. Por isso, a OCPM defende a necessidade de um “observatório” para a emigração, com as parcerias necessárias – incluindo a Igreja -, assegurando que “os números que temos são irreais”. O Encontro de 2005 contou com a presença de 150 participantes, delegados das Comunidades Católicas Portuguesas de 18 países. Presidiu aos trabalhos o Cardeal Stephen Fumio Hamao, então presidente do Conselho Pontifício para a Pastoral dos Migrantes. A reflexão teve como objectivos responsabilizar – de forma renovada e urgente – as estruturas da Igreja em Portugal; identificar as mudanças psico-sociais nas Comunidades; assumir a “memória sofrida” de 5 milhões de portugueses em diáspora pelo mundo”; e, por fim, decidir sobre novas formas de acompanhamento e integração social e eclesial.

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