Iniciativa dos Franciscanos Capuchinhos chega à sua 46ª edição
Fátima, 28 ago 2024 (Ecclesia) – Os Franciscanos Capuchinhos em Portugal estão a promover a 46ª edição da Semana Bíblica Nacional (SBN), este ano dedicada ao tema ‘O Evangelho da Esperança’.
“A Semana Bíblica diz-nos exatamente que o nosso caminho, o caminho da esperança, só se pode encontrar no caminho do Evangelho. Porque o Evangelho é um programa de esperança”, referiu hoje à Agência ECCLESIA frei Herculano Alves, religioso capuchinho.
A iniciativa decorre no Centro Bíblico da ordem religiosa, em Fátima.
Para o entrevistado, o tema escolhido ganha relevância num momento em que o mundo vive sem “um caminho seguro, um caminho certo”.
“Sem Deus, este mundo torna-se um caos, uma encruzilhada de caminhos, em que as pessoas não sabem para onde vão”, assinala o especialista em estudos bíblicos.
Para frei Herculano Alves, a Bíblia é “o livro da esperança”, apontando para “um mundo melhor, a nível pessoal e coletivo”.
A 46.ª Semana Bíblica Nacional, dinamizada pela Província Portuguesa da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos, começou este domingo.
O programa incluiu conferências sobre os temas da Esperança no Antigo e no Novo Testamento, além de uma homenagem ao biblista José Carlos Carvalho, professor na Faculdade de Teologia da UCP, que faleceu a 20 de maio.
Os dois últimos dias de Semana Bíblica Nacional 2024 são dedicados à ‘esperança na vida da Igreja’ e ‘para o mundo’, respetivamente.
Esta tarde, o teólogo João Duque, docente da Universidade Católica Portuguesa, apresentou o tema ‘As crises da Igreja, esperanças de nova vida’.
Em declarações à Agência Ecclesia, o conferencista assinalou que as crises acabam por “momentos essenciais”, apesar dos elementos de sofrimento que lhes estão subjacentes.
“Se considerarmos que hoje estamos a atravessar alguns aspetos de crise, na Igreja, concretamente, e no cristianismo em geral, acho que não é difícil fazer a leitura das vantagens dessa crise, das possibilidades de futuro e, portanto, de esperança”, indica.
Para João Duque, a espera é, “antes de tudo, uma atitude de abertura para algo inesperado”, para criar uma “orientação para o futuro”, mais do que “a esperança de recuperar um paraíso perdido”.
“O efeito principal da crise é abrirmos espaço para algo novo e sermos capazes de acolher esse novo não visto, inédito”, sustenta.
A 46.ª SBN encerra-se esta quinta-feira, com a Eucaristia, após a última conferência, a cargo da irmã Sara Renca, religiosa das Franciscanas Missionárias de Maria, sobre o tema ‘Maria, mãe da Esperança para todos’.
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