Bispo diocesano acompanha visita ao local de peregrinação, que é visita obrigatória dos emigrantes portugueses e que não se pode dissociar da natureza
Lamego, 02 set 2025 (Ecclesia) – O bispo de Lamego, D. António Couto, afirmou que o Santuário de Nossa Senhora dos Remédios, situado na diocese, “é o coração de Lamego” e que a vida da cidade se congrega à volta desta construção.
“Este é o coração de Lamego, aqui bate ou pulsa o coração de Lamego, de toda a vida da cidade”, afirmou D. António Couto, em entrevista ao Programa ECCLESIA, exibido hoje na RTP2, garantindo que por ali passam “não só peregrinos, mas sobretudo muitos turistas”.
O bispo diocesano destaca que a cidade, mesmo em termos mesmo comerciais, “vive à volta deste Santuário, ainda que muitas vezes não o queira reconhecer”.
Este é um local que os imigrantes portugueses não deixam de visitar sempre que regressam à terra que os viu nascer.
“Muita gente vem, não são capazes de vir aqui à sua terra e de não vir aqui à Senhora dos Remédios”, assegurou D. António Couto, acrescentando que a devoção está no sangue dos habitantes, passada de geração em geração, e “é uma cultura que se entranhou na alma e sobretudo dos imigrantes”.
“Quem está fora sente muito mais o pulsar da Senhora dos Remédios do que aqueles que estão aqui”, sublinhou.
O verão é o período em que uma “grande massa de gente” passa pelo Santuário de Nossa Senhora dos Remédios, realça o biblista, e até à festa em honra da padroeira da cidade, a 8 de setembro, “é um movimento imparável e indescritível”.
“Há aqui qualquer coisa que atrai as pessoas, que mexe com as pessoas e as pessoas vêm aqui agradecer um ano que passaram”, mas também vêm “pedir saúde” e, “neste tempo complicadíssimo de guerra” e “atrocidade sem fim”, pedem para que a “vida seja melhor, seja mais agradável, seja mais fácil de viver”, relata o bispo diocesano.
D. António Couto considera que a figura de Nossa Senhora dos Remédios, com o menino ao peito, presente no Santuário, por ser uma imagem de “extrema intimidade” justifica o facto de que penetra “muito na vida das pessoas”, constituindo-se um convite a visitar aquele lugar.
A igreja do Santuário de Nossa Senhora dos Remédios é antecedida de um escadório, contruído ao longo de 150 anos (terminou em 1905), que se insere no meio da natureza, rodeado pelo parque de Santo Estevão ou dos Remédios.
“Não se pode dissociar este Santuário de Nossa Senhora dos Remédios da mata. Por exemplo, esta mata, onde nós estamos, é um pulmão, verdadeiramente é o pulmão, em termos vitais, é o pulmão da vida da cidade e da vida das pessoas, fisicamente falando”, referiu D. António Couto.
Naquele local, o bispo de Lamego destaca que o arvoredo, as pedras e as montanhas “falam de Deus” e olha para o cenário que envolve o santuário como um proporcionador de “encontros e reencontros de gerações”, do “perdão”, da “alegria”, da “ternura”.
D. António Couto revela que já subiu várias vezes o escadório do Santuário de Nossa Senhora dos Remédios e diz que prefere fazê-lo por meio da mata, por causa da sombra, e “apreciando o arvoredo”, a “água que corre e que se ouve”.
“É uma música melhor do que a nossa, nós se calhar não produzimos melhor música do que esta”, descreve, realçando ainda o “canto dos passarinhos”.
O bispo de Lamego faz o convite para visitar este local de peregrinação na Diocese de Lamego, “um lugar imprescindível”.
O Programa Ecclesia, na RTP2, desta terça-feira, dedicado ao Santuário de Nossa Senhora dos Remédios, que celebrou 264 anos da sua inauguração em julho, encerra uma série de emissões que apresentaram destinos a visitar durante este tempo de férias.
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