Igreja/Portugal: Sacerdotes ucranianos convidam comunidade a rezar pela paz

Bispos portugueses manifestam solidariedade com a Ucrânia

Foto: Lusa/EPA

Setúbal, 24 fev 2022 (Ecclesia) – O padre Ivan Petliak, em serviço pastoral na Diocese de Setúbal, disse hoje que os sacerdotes ucranianos vão rezar pela paz, esta tarde, nas suas celebrações em Portugal.

“Quando vimos hoje de manhã estas notícias mobilizamo-nos como podemos, os nossos soldados para defender a sua terra. E também aqui, que estamos longe, mobilizamo-nos para rezar nas casas, todos começaram a rezar, com as suas famílias”, referiu à Agência ECCLESIA.

A Rússia declarou guerra à Ucrânia nesta quinta-feira de madrugada, tendo invadido e bombardeado o país vizinho pelas 03h00, hora de Lisboa, alegando a proteção das zonas separatistas.

“Acreditamos nas forças do Altíssimo, que não nos deixam, nesta situação tão difícil. Ao nosso lado está a verdade e acreditamos que o Senhor está connosco, com o seu povo que sofre com esta violência”, indicou o padre Ivan Petliak.

O sacerdote católico adiantou que os padres ucranianos em Portugal marcaram para esta tarde celebrações nas suas igrejas para rezar pelo seu país e pela paz.

O padre Ivan Petliak convidou “todos os ucranianos, sem diferença dos ritos”, e quem se quiser associar, para rezar, às 20h00, na igreja da Boa Hora, em Setúbal.

Esta quarta-feira, o Papa Francisco lamentou novamente, no Vaticano, o agravamento do conflito na Ucrânia, alertando para cenários “alarmantes” que colocam em causa a paz mundial, e convidou crentes e não-crentes a fazer uma “jornada de jejum pela paz”, no próximo dia 2 de março, Quarta-feira de Cinzas no calendário católico.

“A guerra começou hoje e não podemos esperar este dia que o Papa marcou. Precisamos de fazer alguma coisa já e agora. E lutar do modo espiritual para defender a nossa terra e dar esse apelo para Nosso Senhor, para os céus, que também nos ajude”, desenvolveu o sacerdote ucraniano.

O padre Ivan Petliak adianta que no dia 2 de março também se vão unir ao Papa “neste jejum e nesta oração”.

“Agradecemos e sentimos muito esta fraternidade e proximidade do Papa e do povo português. Sentimos que não estamos sozinhos”, acrescentou.

O sacerdote afirma que “o conflito se abriu e todos veem”, agora, mas os ucranianos já o sentem há oito anos, adiantando que o aeroporto da cidade mais próxima da aldeia onde vive a sua família também foi atacado, no lado ocidental da Ucrânia, perto da Polónia.

A partir da Arquidiocese de Évora, o padre Ivan Hudz também acompanha à distância a guerra no seu país e explica que a comunidade ucraniana no Alentejo vai reunir e “rezar na Igreja”, a partir das 19h30, assinalando que esta manhã já celebrou a Missa com o povo português, em paróquias latinas.“Rezando pela paz, rezamos também pelas pessoas que não podem sair do país. Muitos homens vão buscar armas para defender as suas famílias, as suas casas, a sua pátria, e rezamos para pedir a Deus que ilumine este mundo”, desenvolveu o sacerdote acompanha a comunidade Greco-Católica Ucraniana na Arquidiocese de Évora e na Diocese de Beja.

O padre Ivan Hudz apela às pessoas que “não fiquem à frente da televisão a ver notícias”, alertando que “o mal hoje está mais nos corações humanos, na indiferença”, e não há longe ou perto na guerra por causa da tecnologia.

“O meu apelo é a rezar, é a única força divina que governa e manda neste mundo”, acrescentou, referindo que o mundo não reconhecer que “todos somos ucranianos, amanhã ou depois, este diabo entra em qualquer casa”.

A família e os amigos do padre Ivan Hudz estão a 300 quilómetros da fronteira da Polónia, e o sacerdote está em contacto com eles em permanência para saber como está “toda a situação na Ucrânia”, adiantando que um sobrinho estuda em outra região e estão a tentar “reunir a família na mesma casa”.

O sacerdote, que acompanha a comunidade Greco-Católica Ucraniana na Arquidiocese de Évora e na Diocese de Beja, lembra ainda que rezam “pela paz há oito anos”.

“Hoje em dia apelamos a Deus e que Nosso Senhor proteja a Ucrânia, que proteja os soldados porque às 03h40 da Ucrânia começaram guerra. Russos entraram e bombardearam o território”, acrescentou

O bispo do Porto, D. Manuel Linda, convidou “toda a diocese a rezar insistentemente pela paz na Ucrânia”.

“Da Ucrânia, chegam-me instantes pedidos de oração, referindo a necessidade de todos estarmos despertos como eles o estão devido ao ‘som das fortes explosões de mísseis’ um pouco por todo o país”, escreveu, na rede social Twitter.

Já o arcebispo de Braga assinalou que “a Europa amanheceu em guerra” e as imagens e os sons de ataques da Rússia por toda a Ucrânia “quebraram o silêncio da noite” e colocam em dúvida perante um futuro incerto”.

“As nossas orações estão com o povo da Ucrânia e com todos aqueles que possam vir a ser afetados por esta guerra. Rezem, rezem muito, peço-vos. Pedimos a intercessão de Deus, nosso Pai Todo-Poderoso, para acabar com esta situação, que já tantas perdas de vidas inocentes causou”, desenvolveu D. José Cordeiro, na sua página no Facebook.

Em Fátima, decorre desde segunda-feira uma corrente de oração pela paz da Ucrânia, em resposta a um convite do cardeal D. António Marto.

Várias instituições promovem hoje momentos de oração pela paz, como acontece esta noite, pelas 21h30, na igreja paroquial de Nossa Senhora do Amparo de Benfica, Patriarcado de Lisboa.

CB/OC

 

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Agência ECCLESIA

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