Igreja/Portugal: Quatro mil universitários participam na «Missão País» 2024, com 69 destinos e pela primeira vez nos Açores

Cerca de 7.500 jovens inscreveram-se na experiência missionária que, segundo chefe nacional, é «para todos, todos, todos»

Lisboa, 05 fev 2023 (Ecclesia) – Quatro mil universitários vão participar na edição de 2024 da ‘Missão País’, projeto católico de universitários, que este ano chega ao arquipélago dos Açores, sendo este o destino de uma das 69 missões que já se encontram a decorrer por todo o país.

“Este ano tivemos mais ou menos 7500 candidaturas e, de facto, são quatro mil vagas, portanto há uma grande parte que fica de fora, mas que é sempre convidada também a poder viver este espírito”, referiu Pedro Rodrigues, um dos chefes nacionais.

Ao fim de 21 anos, a ‘Missão País’ continua a levar jovens a vilas, aldeias e lugares de Portugal, na pausa letiva entre semestres, nos quais durante uma semana chegam ao coração dos outros através da alegria de missionar, em locais como lares de idosos, creches ou escolas.

“Acho que a ‘Missão País’, tal como o Santo Padre também referiu quando veio cá, é para todos, todos, todos, e, por isso, não há nenhuma exclusão de não serem crentes, não serem religiosos, é aberta mesmo a todos aqueles que se quiserem inscrever”, afirmou Maria Rocha e Melo, chefe nacional, em entrevista ao Programa ECCLESIA, transmitida hoje na RTP2.

Cada missão é composta por 50 missionários, oito chefes, um padre e um seminarista ou uma irmã, e segundo Maria, é impossível que os missionários terminem a ‘Missão País’ sem ficar marcados pela “forte experiência que é”.

Sobre o facto de, num momento em que se fala tanto de um divórcio dos jovens com a religião, a experiência missionária ter presença em 57 faculdades, Pedro Rodrigues considera que é bom ver que “há esta vontade, que às vezes até parece escondida”.

“Este número grande de faculdades mostra que, de facto, se calhar não é assim tão grande este divórcio [entre jovens e Igreja]” – Pedro Rodrigues

O chefe nacional destaca que não só a Jornada Mundial da Juventude Lisboa (JMJ) 2023 veio mostrar que Portugal “é uma população de jovens católicos e que se querem afirmar”, como em cada ano se ressente um “crescimento” nas candidaturas, que levam à abertura de novas missões e à adesão de novas faculdades, mostrando que há “fogo” e “vontade de querer seguir Jesus” nestas instituições.

Questionada como é que se mantém o ímpeto de crescimento da ‘Missão País’ para que todos possam usufruir da experiência, Maria realça que esse “é um dos maiores desafios” que enfrentam.

“A verdade é que depois torna-se difícil não perdermos aqui alguma cultura ou alguma origem que nós acreditamos que a Missão País continua a ter. E por isso nós somos dois, estamos aqui os dois, mas a verdade é que por detrás de nós temos uma equipa, a equipa nacional, que este ano conta com 41 pessoas”, revela.

Cada faculdade mantém-se três anos no mesmo local: o primeiro corresponde ao ano de “acolhimento”; em que são criadas relações e laços; o segundo ano é de “transformação”, em que já existe uma “base de confiança” e as pessoas se deixam transformar e ser tocadas pelos missionários que se transformam também; e o terceiro de “envio”, em que os jovens enviam a comunidade e deixam “sementes” para que estas possam, nos anos que se seguem, “manter esta fé de missionário”.

Pedro Rodrigues explica que depois desta semana missionária, não deixam que faculdades fiquem adormecidas face à experiência missionária.

“Nós depois desta semana de missão, desta semana rica, fomentamos muito o pós-missão”, começa por explicar.

“As pessoas depois nas universidades acabam por organizar dinâmicas, ou seja, nem que seja o terço ou até algumas conferências e até atividades mais lúdicas também, porque é bom fomentarmos a amizade também que surge destas amizades em Cristo”, realça.

A ‘Missão País’ nasceu em 2003, fruto de uma dupla vontade de três estudantes universitários da Universidade Nova de Lisboa, que tinham como objetivo entregar parte do seu tempo à missão e ter na faculdade algo que os aproximasse de Deus.

Igreja/Portugal: «Venham fazer Missão País, mantenham esta chama acesa»

HM/LJ/PR

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Agência ECCLESIA

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