D. Manuel Clemente destaca necessidade de renovação missionária, apontando à JMJ 2022
Fátima, 11 nov 2019 (Ecclesia) – O presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) saudou hoje a canonização de São Bartolomeu dos Mártires, arcebispo do século XVI, que apresentou como exemplo da “evangelização essencial”.
“A canonização de São Bartolomeu dos Mártires relembra-nos uma altíssima figura da evangelização essencial – que, nalguns casos, quase foi também a primeira, face a grandes ignorâncias e contradições de fé e costumes com que se deparou”, declarou D. Manuel Clemente, no discurso de abertura da 197ª Assembleia Plenária da CEP.
Entre sábado e domingo, as dioceses de Viana e de Braga acolheram celebrações de ação de graças pela canonização de São Bartolomeu dos Mártires, incluindo a leitura do decreto que reconhece a santidade do arcebispo português.
D. Manuel Clemente destaca a coincidência destas celebrações com a “Semana dos Seminários” 2019, que decorre a domingo, acentuando “a importância que o ilustre arcebispo de Braga teve na última sessão do Concílio de Trento (1562-1563), especialmente no que se refere à formação do clero secular, então muito incipiente”.
“Conseguiu no seu tempo o que pretendemos também agora, de modo especial nos nossos Seminários e Escolas Teológicas: pastores à altura da evangelização que nos reclama. O Santo Arcebispo nos acompanhará decerto”, acrescentou.
O presidente da CEP aludiu ainda ao final do Ano Missionário Extraordinário, em outubro, relançado que “o desafio cultural da missão” exige, na atualidade, “mais capacidade de escuta e mais disponibilidade dialogante”.
“Tal não significa, de modo algum, esquecer ou enfraquecer os horizontes mais distantes da missão. Trata-se, isso sim, de potenciar mutuamente a missão ao perto e a missão ao longe”, precisou.
A Assembleia Plenária da CEP decorre até quinta-feira, abordando, entre outros temas, a preparação da Jornada Mundial da Juventude de 2022, que vai decorrer em Lisboa.
O cardeal-patriarca falou numa “oportunidade e desafio” para a Igreja Católica e a sociedade portuguesa.
Oportunidade evangelizadora, como requer o Santo Padre e nós todos com ele. Desafio, pelo que representa em qualidade e quantidade de objetivos a alcançar e de recursos a obter, como nunca aconteceu entre nós e para a multidão juvenil que acorrerá do mundo inteiro. Também para o País e para além dos limites confessionais, será uma boa altura de rejuvenescimento sociocultural”.
Os bispos vão ainda analisar a tradução portuguesa do Missal Romano.
No início dos trabalhos, D. Manuel Clemente saudou o novo núncio apostólico, D. Ivo Scapolo.
“Desejo-lhe as maiores felicidades no desempenho da sua missão junto do Estado e da Igreja em Portugal”, referiu.
Esta quinta-feira, após o encerramento da Assembleia, vai decorrer uma conferência de imprensa, pelas 14h30, na qual será apresentado o comunicado final.
A CEP foi formalmente reconhecida a seguir ao Concílio Vaticano II, em 1967, com a ratificação pela Santa Sé dos primeiros Estatutos aprovados na Assembleia Plenária de 16 de maio, revistos posteriormente em 1977, 1984, 1999 e 2005; é o conjunto dos bispos das dioceses que, para melhor exercerem as suas funções pastorais, põem em comum preocupações e experiências, acertam critérios de ação e coordenam esforços.
OC
Discurso de abertura da 197ª Assembleia Plenária da Conferência Episcopal Portuguesa