«A arte na Igreja tem como primeiro objetivo o anúncio da fé cristã, é evangelização e espiritualidade» – Padre Miguel Neto
Lisboa, 02 ago 2024 (Ecclesia) – O diretor da Pastoral do Turismo – Portugal, da Conferência Episcopal Portuguesa, partilhou hoje recomendações e sugestões para que o património da Igreja Católica esteja “acessível” e possa ser visitado em agosto, mês associado às férias de verão.
“Tornar esse património acessível poderá ser feito, como algumas paróquias fazem, com recurso a membros das comunidades, do grupo de jovens ou com pessoas que reformadas, jubiladas, queiram disponibilizar o seu tempo livre para acolher aqueles que os visitam”, começou por destacar o padre Miguel Neto, esta sexta-feira, 2 de agosto, em entrevista à Agência ECCLESIA.
O diretor da Pastoral do Turismo – Portugal realça a necessidade de “promover as igrejas abertas”, “de uma forma totalmente gratuita”, ou associando a essa visita um valor, “um donativo”, uma questão importante para que “as pessoas também sintam que para continuar a visitar aquele património tem que haver alguma rentabilidade”.
“A arte que está na Igreja tem como primeiro objetivo o anúncio da fé cristã, desde sempre, e é uma forma de evangelização e é uma forma de espiritualidade.”
O entrevistado destaca que “para ajudar a acompanhar a vivência cristã” existem diversas possibilidades, como a leitura, a “visita da arte”, e, numa época digital, uma “panóplia” de conteúdos online como podcasts, audiobooks, e ebooks, “e há a oração”; na plataforma ‘Passo a Rezar’, iniciativa da Rede Mundial de Oração do Papa em Portugal, fundação pontifícia confiada à Companhia de Jesus (Jesuítas), indicou a proposta “bastante interessante” de Peregrinação a Santiago de Compostela.
O entrevistado adiantou que a Pastoral do Turismo está a trabalhar, com o Secretariado Nacional dos Bens Culturais da Igreja, em conteúdos sobre ‘Itinerários Marianos’, “na parte histórica, mas também uma oferta no sentido celebrativo e orante”, para além da “espiritualidade em relação aos caminhos” [de Santiago].
“A Igreja tem de fazer um esforço para valorizar a presença cristã nesse caminho, porque, não havendo a presença cristã, vai haver outro tipo de presenças, se calhar que têm outras finalidades”, alerta.
O diretor da Pastoral do Turismo – Portugal “chama a atenção” para a promoção, a “divulgação” desses espaços e para a publicação dos horários das celebrações, preocupação que chega a este serviço da Igreja Católica.
“Isso é muito importante, porque, muitas vezes, as pessoas pensam que uma mudança de hora por causa de uma festa ou de uma circunstância que tem a ver com o pároco e só se importam em avisar as pessoas que são presença na comunidade. É importante que essa divulgação se faça no âmbito mais alargado possível, que seja através de todos os canais de comunicação, nas redes sociais, à porta da igreja”, desenvolveu.
O padre Miguel Neto, a partir da realidade algarvia, lembra o aumento de pessoas nas celebrações que, “muitas vezes, nem sequer participam nas suas comunidades”, por diversos motivos, e que, com essa participação na Eucaristia “há a celebração de outro sacramento”, que tem “uma procura acentuada durante este período de férias”, o sacramento da Reconciliação (confissão).
HM/CB
O Dia Mundial do Turismo é celebrado a 27 de setembro, na mensagem para a 45.ª edição o Vaticano destacou o potencial do setor na construção da paz, num texto assinado pelo pró-prefeito do Dicastério para a Evangelização (Santa Sé), por D. Rino Fisichella.
“A paz aplicada a vários sentidos. Há uma que tem a ver determinadamente com a questão do turismo e do turismo religioso, a Terra Santa, mas também a paz interior. E a paz interior promove o recolhimento e promove a participação livre nas celebrações e nas festas das comunidades onde estamos presentes”, salientou o padre Miguel Neto. No Programa ECCLESIA, transmitido esta sexta-feira, na RTP2, o diretor da Pastoral do Turismo – Portugal também comentou a liturgia do próximo domingo, o 18º Domingo do Tempo Comum, e lembrou, sobre a Terra Santa, “que a terra de Jesus, mais uma vez, não está em paz, e não está em paz precisamente o sítio onde ele nasceu, que tem muitos cristãos”. “Esses cristãos que vivem na Palestina, que vivem em Belém, precisam do turismo, precisam de paz e do turismo, ninguém quer ir para Belém neste momento, precisam do turismo para viver”, acrescentou, no contexto também da mensagem do Vaticano para o Dia Mundial do Turismo 2024. |
Media: «A Fé dos Homens» e «70×7» com alterações no horário de emissão