Igreja/Portugal: Obra Católica das Migrações continua reuniões de escuta e acompanhamento nas dioceses

«Quando se constrói um plano pastoral para a diocese é importante que a Pastoral da Mobilidade tenha voz» – Eugénia Costa Quaresma

Loulé, 19 out 2023 (Ecclesia) – A Obra Católica Portuguesa das Migrações (OCPM), da Conferência Episcopal Portuguesa, reuniu-se com o bispo do Algarve e com o secretariado diocesano do setor onde destacou que “é importante que a Pastoral da Mobilidade tenha voz” no plano pastoral.

“Quando se constrói um plano pastoral para a diocese é importante que a Pastoral da Mobilidade lá esteja, que tenha voz e que ajude os outros setores a abrirem-se à diversidade que têm no seu território”, disse Eugénia Quaresma, ao Secretariado Diocesano da Mobilidade Humana do Algarve, informa o jornal ‘Folha do Domingo’.

Ao jornal da Diocese do Algarve, a diretora da OCPM acrescentou que é importante articular com catequese, a Pastoral Juvenil, a Pastoral Universitária e a Pastoral da Família, porque “o migrante vem como família, tem crianças e jovens que vão à catequese”.

A Obra Católica Portuguesa das Migrações, organismo da Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana da CEP, apresentou ao Secretariado Diocesano da Mobilidade Humana do Algarve as orientações pastorais publicadas pela Santa Sé, em março deste ano.

Segundo Eugénia Quaresma, espera-se deste secretariado a sensibilização, a formação, o “acompanhamento e apoio das comunidades no terreno”, a proteção dos migrantes e a promoção das pessoas e integração”.

Esta responsável referiu também a importância de construírem uma rede com as “várias forças sociais” envolvidas na Pastoral da Mobilidade “para projetos concretos”, porque quanto maior é a proximidade “mais facilidade existe também em resolver alguns problemas muito concretos e específicos”.

Participaram nesta reunião com a OCPM, o diretor do Secretariado Diocesano da Mobilidade Humana do Algarve, que é também o responsável pelo Setor Diocesano das Migrações e Comunidades Étnicas, o padre Rafael Bruno Ferreira, natural do Brasil, o padre Paulinus Anyabuoke, natural da Nigéria, assistente e colaborador destes organismos, Elisabeta Ecaterina Necker, da Roménia, Selma Ferreira, do Brasil, e Vera Costa, de Cabo Verde.

Eugénia Quaresma observou que a constituição desta equipa está muito na linha das orientações “porque é muito diversificada e aproveita as forças locais”, os próprios migrantes que podem ajudar na proposta de acolher, proteger e promover, “mas sobretudo na inclusão das comunidades migrantes”, uma integração que acontece em três dioceses portuguesas.

A diretora da OCPM, que ouviu a partilha de algumas das principais dificuldades dos migrantes na região do Algarve, referiu ao jornal ‘Folha do Domingo’ que a diocese tem “outros desafios”, como a entrada de migrantes no país e na Europa, recordando que quando começaram a chegar migrantes por via marítima, “que se dizia que estavam a testar uma nova rota, o Vaticano entrou em contacto porque queria acompanhar”.

O Algarve foi a 16ª diocese portuguesa a ser visitada pela Obra Católica Portuguesa das Migrações, desde o início de março deste ano, faltam as dioceses de Angra (Açores), Bragança-Miranda, Funchal (Madeira) e Vila Real, e, no final, é elaborado “um relatório”, que vai ser apresentado aos bispos católicos de Portugal.

“Gostaria muito de promover um encontro nacional em torno destas orientações para ver como é que cada diocese está a viver e como é que está a ser a sua implementação porque também é um pedido que o Vaticano nos faz”, destacou ainda Eugénia Quaresma.

CB/OC

 

 

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